O cometa 3I/Atlas, visitante interestelar que se tornou um dos assuntos mais comentados nas últimas semana segue passeando pelo nosso Sistema Solar. Durante a quinta-feira, o objeto teve o periélio, ou seja, a máxima aproximação do Sol. Agora, ele começa a se afastar para seguir a trajetória no cosmos – e provavelmente nunca mais volte a circular pela nossa vizinhança no espaço.

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Durante o periélio, o 3I/Atlas ficou “atrás” do nosso Sol, o que impediu as observações. A partir dessa sexta-feira (31), o cometa volta a ficar visível para as sondas espaciais da NASA e de outras agências, e a tendência é que nas próximas semanas ele já esteja longe o suficiente da nossa estrela para que seja visível da Terra.

Rumo ao infinito

Com uma órbita hiperbólica que confirma a origem fora do nosso Sistema Solar — ele é apenas o terceiro objeto interestelar já confirmado, após ‘Oumuamua e 2I/Borisov —, o 3I/Atlas inicia uma jornada de volta ao espaço profundo.

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O cometa segue em rota acelerada, com velocidade superior a 210.000 km/h, e, nos próximos dias, pode cruzar o caminho da sonda Europa Clipper, nava da NASA que segue rumo a Júpiter. A sonda pode passar entre alguns detritos da cauda do 3I/Atlas – travessia que é considerada uma oportunidade de ouro para os cientistas, pois o nosso visitante carrega na composição pistas de outros sistemas estelares.

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Como observar o cometa 3I/Atlas da Terra

Como vimos, a boa notícia é que, nas próximas semanas, a tendência é que seja possível observar o objeto vindo de outro Sistema Solar diretamente da Terra. Porém, ele não ficará visível a olho nu.

O cometa possui um brilho tênue (magnitude estimada em torno de 12), o que o torna imperceptível sem ajuda óptica. Portanto, a observação só será possível com o auxílio de telescópios ou equipamentos de alta potência.

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O astro interestelar deve ficar visível aqui na Terra entre o final de novembro e início de dezembro, especialmente nos hemisférios sul e leste. O melhor horário para observá-lo será logo após o nascer do Sol, na direção leste e próximo às constelações de Virgem e de Leão.

Objeto de estudo

Agências espaciais globais, como a NASA, estão usando essa passagem como um exercício global para aprimorar técnicas de rastreamento de objetos próximos à Terra, aproveitando a oportunidade rara de estudar de perto este fascinante “turista” cósmico.

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A Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN, na sigla em inglês), inclusive, vai usar o cometa 3I/Atlas como principal objeto de estudo e de treinamentos durante o workshop anual para treinamento e aprimoramento de técnicas de observação e medição de corpos celestes.

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