Sem citá-lo diretamente, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), teceu críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nesta quarta-feira (17). Ainda, criticou também o discurso adotado pelo governo federal para se contrapor às ações do parlamentar nos Estados Unidos. As informações são da Folha de S. Paulo.

Continua depois da publicidade

— Não dá para eu ver, todos os dias – é a primeira vez que eu vou falar disso e eu vou ter que falar agora toda semana, para eu não ficar ausente –, um deputado federal do Brasil, eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, instigando um país contra o meu país — afirmou Alcolumbre no plenário do Senado nesta quarta-feira.

O presidente do Senado está descontente com a polarização política e a pressão a qual está submetido.

— Fica um nos Estados Unidos dizendo que o Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos da América, vai enviar novas sanções ao Brasil, ao Parlamento, às autoridades, ao Judiciário, ao Executivo, e com tarifa, cobrando e atrapalhando o Brasil — continuou.

Condenação de Bolsonaro terá resposta dos EUA, afirma secretário do governo Trump

Continua depois da publicidade

Eduardo, filho de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vem fazendo ameaças ao país enquanto está nos Estados Unidos. O deputado busca represálias do governo americano contra o Brasil por causa do julgamento de Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão no processo da trama golpista.

Entenda a situação de Bolsonaro

Nesta quarta-feira, o presidente do Senado também criticou o discurso elaborado pelo governo federal para se contrapor às ações dos Estados Unidos, em uma tentativa de fazer um apelo nacionalista.

— Como é cômodo agredir e dizer que o Brasil é dos brasileiros — afirmou Alcolumbre, fazendo referência ao slogan político lançado por integrantes do governo Lula.

Ainda, o presidente do Senado reclamou da crítica feita a ele na última terça-feira (16) por Eduardo Girão (Novo-CE), também sem citar diretamente o senador.

Continua depois da publicidade

“Há 15 dias o presidente do Senado não aparece para dirigir as sessões e tenho questionamentos sobre o super pedido de impeachment de Alexandre de Moraes” escreveu Girão em seu perfil no X.

Na terça-feira, Alcolumbre divulgou uma nota à imprensa afirmando que estava com problemas estomacais e, por isso, não compareceria ao Senado.

— Não dá, com todo o respeito, para eu aceitar todas essas agressões calado. Então, eu vou me organizar, agora, para começar a responder a todos os questionamentos, a todas as perguntas, à altura, com muito respeito, com muita maturidade, porque, se isso for certo, amigo, eu não sei mais o que é certo — destacou Alcolumbre no plenário.

Durante as declarações, Alcolumbre também respondeu a questionamento recente do líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN).

Continua depois da publicidade

Marinho cobrou o senador sobre o desligamento do escritor Eduardo Bueno do Conselho Editorial do Senado. Peninha, como é conhecido, publicou um vídeo comemorando o assassinato do ativista de direita americano Charlie Kirk e, depois, retratou-se.

Suspeito de assassinar Charlie Kirk fez revelações bombásticas em rede social antes de se entregar

Em resposta ao questionamento, Alcolumbre declarou que havia instruído o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), presidente do Conselho Editorial, a demitir Bueno.

— Ele já afastou esse servidor, e não precisou que esta presidência o afastasse — afirmou.

É a segunda vez, em um mês, que o presidente do Senado faz um desabafo público sobre a polarização política que predomina no país atualmente. No fim de agosto, Alcolumbre disse que ele e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-AP) estavam “esmagados” e sendo ameaçados para escolher um lado da polarização.

*Sob supervisão de Luana Amorim

Leia também

Lula lidera em todos os cenários de 1º e 2º turno na disputa eleitoral de 2026, mostra Quaest

Continua depois da publicidade

Anistia: veja como cada deputado de SC votou no pedido de urgência na Câmara

Após decisão de Motta, Câmara vota urgência de projeto de anistia

Lula sanciona PL que combate “adultização” com regras para empresas de internet