O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle estavam dormindo no momento em que foram abordados pela Polícia Federal em uma operação que visou cumprir mandado de busca e apreensão na residência do político, na manhã desta sexta-feira (18). De acordo com os policiais, que usavam câmeras no momento da abordagem, o casal estava “nervoso e alterado”. As informações são do g1.

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Os policiais chegaram até a casa de Bolsonaro por volta das 7h da manhã, em uma ação determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Quem atendeu à porta foi Bolsonaro, que foi informado pelos agentes sobre o mandado de busca e apreensão. Em seguida, Michelle chegou ao encontro do marido.

Inicialmente, os dois ficaram exaltados e reclamaram sobre a operação não ser justa e correta, mas não não ofereceram resistência e os policiais puderam cumprir a ordem judicial. Para isso, uma equipe da PF entrou no local, com os agentes se distribuindo pelos cômodos da casa.

Outra equipe ficou do lado de fora da residência, para que vizinhos ou outras pessoas não se aproximassem do imóvel. Durante a busca, foram encontrados 14 mil dólares e R$ 8 mil em espécie. Bolsonaro disse que o dinheiro tinha origem legal e apresentou aos policiais, de forma informal, comprovantes de saques bancários.

Na gaveta do banheiro, foi encontrado um pendrive escondido, que Bolsonaro negou saber do conteúdo armazenado dele. Durante a sexta-feira, ele disse que perguntaria à Michelle se o dispositivo é dela. Uma cópia de uma ação que a plataforma de vídeos Rumble move contra Moraes também foi encontrada pelos agentes na residência.

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As medidas cautelares

Além da operação, Moraes impôs medidas cautelares ao ex-presidente, que deve usar tornozeleira eletrônica. Bolsonaro também terá que cumprir recolhimento domiciliar noturno, das 19h e 7h e foi proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros (não podendo se aproximar de embaixadas), nem com outros réus e investigados pelo Supremo.

Além disso, o ex-presidente não pode se comunicar com o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.

As medidas, de acordo com Moraes, são consequências de uma confissão de Bolsonaro de extorsão contra a Justiça depois de condicionar o fim das tarifas comerciais aos produtos brasileiros impostas pelos Estados Unidos à aprovação de anistia a ele.

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O que diz a defesa de Bolsonaro?

O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, afirmou que foi comunicado pela família do ex-presidente sobre a ordem de busca e apreensão. “Estou pedindo ao STF acesso integral à decisão sobre as medidas judicias de hoje. Ele só irá se manifestar depois disso”, declarou. O celular do ex-presidente foi apreendido.

Segundo a defesa, o STF ainda não determinou depoimento do ex-presidente. “Só se a PF entender que seja necessário, a partir do resultado das buscas agora de manhã”.

Veja a nota na íntegra

“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.

A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”.