Três meses depois do acidente com balão que deixou oito mortos, Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, passou a contar com uma escola voltada à formação de pilotos. O empreendimento foi inaugurado em 22 de setembro. A iniciativa, autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), busca profissionalizar o setor e reforçar a segurança nos voos de turismo.
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O Centro de Instrução de Aviação Civil (CIAC), classificação dada pela agência a todas as escolas que oferecem cursos de aviação, pertence a uma empresa local e oferecerá cursos teóricos e práticos. A formação é destinada a quem deseja atuar profissionalmente na área, como pilotos e instrutores, sendo necessário ter pelo menos 18 anos de idade para se inscrever.
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A gestora da escola, Silvia Boni, informou ao g1 na segunda-feira (29) que atualmente a instituição conta com quatro alunos matriculados. Segundo ela, dependendo da disponibilidade de cada estudante, a formação pode ser concluída em cerca de 60 dias.
Depois de executar todas as aulas, a pessoa recebe um certificado de conclusão e a sua licença de piloto, chamada de piloto de balão livre.
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As aulas ainda não tiveram início porque os participantes precisam primeiro realizar os exames médicos exigidos pela ANAC.
— Esses exames demoram uns dias para ficarem prontos. A gente tem que ter todos os resultados em mãos para depois o aluno ser liberado para fazer as aulas — explicou Silvia.
A expectativa é de que o processo seja concluído em até 10 dias. Para a capacitação, a ANAC autorizou o uso do balão modelo G20-3600.
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Projeto de referência nacional
O pedido de autorização junto à ANAC foi protocolado há dois anos e meio pelos empresários responsáveis, que defendem a ideia de transformar Praia Grande em uma referência nacional no balonismo.
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Segundo Boni, embora o acidente tenha sido determinante para expor falhas na fiscalização, a intenção do projeto já era combater a informalidade:
— Alguns pilotos não tiveram oportunidade de se tornarem pilotos documentados por não existirem escolas. Outros por não serem fiscalizados. — afirma. Ela reforça ainda que a presença de instituições especializadas representa um marco para o setor:
— As escolas vão trazer profissionalismo, segurança, credibilidade. Todos nós só teremos a ganhar com isso.
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O secretário municipal de Turismo, Henrique Maciel, também celebrou a novidade. Para ele, a chegada do CIAC amplia as perspectivas de desenvolvimento local.
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Relembre o caso
Perto das 6h do dia 21 de junho de 2025, o piloto e 20 turistas saíram para um voo, mas, às 6h40, o passeio foi adiado devido às condições climáticas, uma vez que ventava muito no momento.
O grupo mudou de local e foi para perto da Cachoeira Nova Fátima, a quase 10 quilômetros do Centro, local inicial de partida. Por volta das 7h, o voo teve início.
Durante a decolagem de um balão, o piloto percebeu fumaça no cesto. Ele relatou à Polícia Civil que o maçarico teria sido acionado de forma acidental, provocando as chamas.
O homem chegou a arremessar o equipamento para fora e tentou usar o extintor, que não funcionou. Ao iniciar a descida, orientou que os passageiros saltassem rapidamente, e dos 21 a bordo, 13 conseguiram pular para a grama.
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Com a perda de peso, o balão voltou a subir levando os demais ocupantes. O piloto e outros não conseguiram contê-lo. Oito pessoas permaneceram a bordo, sendo que quatro morreram ao saltar de grande altura e outras quatro faleceram carbonizadas dentro do cesto. Além disso, três destas vítimas foram encontradas abraçadas.
Quem foram as vítimas do acidente com balão
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