Pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) elaboraram um método capaz de identificar um agrotóxico herbicida na água e no sangue de forma rápida, eficaz e barata. A substância se chama fluometuron, e é usada para controlar pragas em plantações como a cana de açúcar e de algodão.
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O estudo consite em utilizar a eletroquímica para identificar a presença da substância. Essa forma, além de equipamentos portáteis e de fácil manuseio, também é mais barata e sustentável.
O herbicida em excesso pode causar impactos ambientais e à saúde humana. Com base em evidências do mal que o agrotóxico pode causar em águas subterrâneas e outros organismos, as pesquisadoras desenvolveram o método para verificar se a presença do herbicida nas plantações obedece aos parâmetros estabelecidos por lei.
No entanto, a legislação brasileira ainda não prevê especificações sobre a quantidade autorizada de fluometuron. A falta de regulamentação chamou a atenção das cientistas, que alertam para os perigos do herbicida.
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“Por se tratar de um poluente orgânico persistente, pode alcançar as águas subterrâneas e superficiais e até mesmo ser consumido por animais e seres humanos. Além disso, é proibido na maioria dos países da União Europeia e, nos Estados Unidos, só pode ser utilizado na lavoura de algodão”, explicou o grupo à UFSC.
A equipe é coordenada pela professora Cristiane Luisa Jost. A pesquisa tem a assinatura dos pesquisadores: Kelline Alaide Pereira Sousa, Franciele de Matos Morawski, Carlos Eduardo Maduro de Campos, Renato Luis Tamme Parreira, Maurício Jeomar Piotrowski e Glaucio Régis Nagurniak.
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“Química verde”
De acordo com Franciele de Matos Morawski, os procedimentos realizados pela equipe se enquadram naquilo que se chama “química verde”, com métodos analíticos mais sustentáveis, com baixa geração residual e, geralmente, sem a utilização de solventes orgânicos. Jost complementa assegurando que a eletroquímica simplifica o processo com o uso de equipamentos portáteis e instrumentação facilitada.
— Com isso, sugerimos um método alternativo mais barato, conseguimos alcançar as vantagens dos métodos já existentes e atendemos às legislações — explica Cristiane.
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