A cúpula militar brasileira pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Jair Bolsonaro (PL) não seja preso em um quartel, caso seja condenado no julgamento da trama golpista. Os militares temem que a detenção do ex-presidente gere uma romaria de visitas de aliados ou uma concentração de apoiadores nas imediações. As informações são da Folha de S. Paulo.
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De acordo com dois generais de alta patente, o Alto-Comando do Exército avalia que Bolsonaro gostaria de ir para um quartel, pois é capitão reformado. O general Walter Braga Netto, réu no mesmo processo, está detido em uma sala na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro.
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Segundo apuração da Folha, a memória dos acampamentos golpistas em torno de quartéis antes do 8 de Janeiro assombra os militares, visto que, desta vez, seriam obrigados a agir contra manifestantes.
Medidas impostas contra Bolsonaro
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Fora dos quartéis, entre as alternativas estão uma cela especial no presídio da Papuda, em Brasília, ou a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, que já tem sala preparada para custódia individual. O espaço, com cama, mesa, banheiro e televisão, é semelhante ao usado por Lula (PT) em Curitiba, onde cumpriu 580 dias de prisão.
Já a Papuda enfrenta superlotação crônica. Um relatório do Ministério Público no fim do ano passado apontou 16.151 detentos, o que representa uma lotação 48% acima da capacidade. Em inspeções, foram encontradas celas para oito pessoas ocupadas por até 25.
Além disso, ministros do STF não descartam a possibilidade de prisão domiciliar. Isso porque Bolsonaro, de 70 anos, enfrenta problemas de saúde como crises de soluço, infecções pulmonares e gastrite.
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