A família de Nara Regina Rosa, 41 anos, está atravessada pela dor. A mulher morreu na manhã desta sexta-feira (19) nos braços do marido e dos filhos, em casa, no bairro Capoeiras, em Florianópolis. Nara era portadora de uma doença pulmonar severa e, no domingo, testou positivo para Covid-19.
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Como não se sentiu bem, foi levada ao Hospital Florianópolis. Lá, ela foi atendida, medicada e permaneceu em observação das 14h às 23h. Com a pressão arterial controlada, no final daquela noite a paciente retornou para casa. A família foi informada de que não havia vagas disponíveis e que o tratamento poderia ser feito em casa.
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Mas a medicação para a Covid-19 não fez o efeito esperado e o quadro foi se agravando, segundo relatos de familiares. Nesta sexta-feira, por volta das 6h, os familiares chamaram uma ambulância.
De acordo com Eliane Frassetto, sogra de Nara, ao saber que se tratava de um paciente com complicações por Covid, o atendente teria dito que não adiantava buscar devido à falta de vagas na rede hospitalar.
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– Fomos abanando, fazendo o que podíamos por ela. Meu filho telefonou novamente e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) veio, mas não adiantava mais. Ainda assim, foram feitos os procedimentos que eles disseram por telefone, como colocar ela no chão e fazer massagem no peito. Ela faleceu nos braços do marido e dos filhos – conta Eliane.
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“Ela morreu sufocada”
Nara deixou marido e três filhos, com 19, 18 e 12 anos. Eliane explicou que a nora tinha uma doença pulmonar grave e estava na fila de um tratamento especializado no Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina, o qual não começou por causa da pandemia. Antes de adoecer, Nara fazia faxinas e trabalhou como empregada doméstica. Havia se aposentado por invalidez e morava com a família no bairro Capoeiras.
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Para os familiares, mesmo com problemas sérios de saúde, Nara estava se tratando.
– Ela morreu sufocada. Se tivesse um respirador, poderia estar viva – acredita a sogra.
Conforme balanço divulgado pelo governo do Estado nesta sexta, Florianópolis é a segunda cidade com mais casos ativos em SC: são 2.108. Na Grande Florianópolis, a ocupação de leitos do SUS é de 82,1%. Oito novas mortes por Covid foram confirmadas na Capital.
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Samu nega orientação para não atender pacientes em crise com Covid-19
A Central de Regulação do Samu em SC informou à reportagem que não há orientação a respeito de deixar de atender os pacientes mesmo diante da crise em que se encontra o sistema de saúde na região da Grande Florianópolis.
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O setor explicou, no entanto, que há uma triagem para saber os sintomas do paciente e, dependendo, a indicação é procurar inicialmente um serviço de auto atendimento.
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