
Pandemia
André Motta Ribeiro concedeu entrevista à NSC TV na manhã desta terça-feira
O secretário de Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, afirmou na manhã desta terça-feira (7) que ainda não há sinalização de pico ou platô da curva do coronavírus no Estado.
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Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV, ele afirmou que o que se percebe é uma aceleração da doença e o aumento da taxa de transmissibilidade, que hoje varia de 1,16, no melhor cenário, para 1,30, no pior cenário, o que significa, conforme Motta, uma “transmissão exponencial”, com aumento de casos e de óbitos.
— Infelizmente, não temos essa informação de que chegamos ao pico. O que percebemos claramente é uma aceleração da doença e o aumento da taxa de transmissibilidade (...) O nosso cenário, a gente consegue fazer projeções para duas ou três semanas (...) mas, de qualquer maneira, não há sinalização de pico ou platô da doença no Estado de Santa Catarina — declarou o secretário.
De acordo com a última atualização da Secretaria de Estado de Saúde (SES), feita na noite de segunda-feira (6), Santa Catarina soma 33.822 casos de Covid-19 e tem 406 mortes pela doença. A ocupação geral dos leitos é de 67,5%. Porém, em algumas regiões a taxa de ocupação já chega perto do limite, como Florianópolis, que nesta segunda atingiu 90% de lotação das UTIs. Já em Tubarão, 100% dos leitos de UTI do SUS estavam ocupados na manhã desta terça.
Motta também sobre a necessidade de aumento de leitos de UTI, o que tem sido motivo de cobrança de prefeitos. O secretário de Saúde afirmou que o governo continua ofertando equipamentos e recursos para ampliar esses leitos, mas relatou que há dificuldades para adquirir insumos e para contratar profissionais. Além disso, Motta também alegou que há muitas unidades onde não há a possibilidade de ampliar os leitos, afirmando que há “uma diferença entre querer e poder”.
— Eu gostaria de ressaltar que desde o dia 12 de março o Coes tem feito um planejamento com 50 hospitais mapeados em Santa Catarina. Hoje nós temos praticamente 600 leitos, 570 nesse momento, mas outros tantos serão ativados nessa semana. O Estado tem feito esse aporte de recurso e discutido com os hospitais que têm condição de colocar leito de terapia intensiva. Existe uma série de pré-requisitos, necessidades técnicas para que isso aconteça. Nesse momento, nós temos mais de 400 leitos livres no Estado.
Ainda na entrevista, o secretário também falou sobre o modelo de regionalização de combate à doença, anunciado pelo governo há cerca de um mês. Questionado sobre as ações adotadas pelas prefeituras, ele afirmou que o governo não descarta a possibilidade de voltar a intervir nas restrições em casos de situação de risco.
— O Estado continua sugerindo e notificando as necessidades que pontualmente aparecem, e os prefeitos e secretários municipais de saúde estão sendo notificados e alertados, a gente tem esse diálogo aberto. Mas, obviamente, se houver uma situação de risco maior ou uma inadequação de conduta, o Estado tem o papel de fazer a intervenção — disse André Motta.
Na mesma entrevista, o secretário de Saúde também foi questionado sobre a adoção de medicamentos como a cloroquina e o vermífugo ivermectina para a Covid-19, anunciada por prefeituras como a de Itajaí e Balneário Camboriú.
Motta afirmou que “até esse momento não existe nada cientificamente comprovado para a prevenção” da doença, e que o “melhor tratamento para o coronavírus continua sendo não pegar o vírus”.
No entanto, o secretário disse que é importante que o tratamento seja entendido de forma individual, porque a Covid-19 pode se manifestar de forma diferente em cada pessoa.
— É fundamental que o médico e as equipes médicas façam diagnóstico e monitoramento dos pacientes. Alguns pacientes precisam de uma abordagem, e outros de outras abordagens. Protocolos clínicos instituídos por gestores públicos precisam ter chancela de órgãos que regulamentam esses protocolos. Mas notas técnicas ‘orientatativas’, elas podem e devem acontecer — disse.
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