Com a aprovação no Senado do projeto de lei que limita o ICMS de combustíveis, energia, comunicação e transporte coletivo a 17%, Santa Catarina vai deixar de arrecadar mais de R$ 5 bilhões até o final de 2023, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF). O governo estadual disse que não vai aumentar o valor de outros produtos para compensar a perda de arrecadação.

Continua depois da publicidade

Receba notícias do DC via Telegram

Atualmente a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Santa Catarina é de 25% para gasolina e 12% para o diesel e também 25% para energia elétrica. Porém, para quem consome até 150 Kwh, a alíquota é de 12%. Segundo a SEF, essa política de redução será mantida.

Do total arrecadado do ICMS, 75% fica nos cofres do governo estadual e 25% é repassado aos municípios. A estimativa da SEF é de uma perda anual de R$ 3,5 bilhões — R$ 2,6 bilhões para o Estado e R$ 875 milhões aos municípios.

Apesar da perda bilionária, o projeto de lei não preocupa tanto Santa Catarina como outros estados. Isso porque, segundo a SEF, o Estado tem as contas em dia e possui alíquota de ICMS mais baixas. No Rio de Janeiro, por exemplo, o imposto sobre combustíveis é de 34%. Segundo o secretário da Fazenda, Paulo Eli, a queda na arrecadação será compensada no combate à sonegação fiscal.

Continua depois da publicidade

A Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), entretanto, vê a redução do ICMS com preocupação. Antes da votação no Senado, a entidade havia emitido nota contra o projeto de lei, alertando para o risco que a medida representaria aos caixas municipais.

Segundo a SEF, o governo estadual espera que a queda no valor chegue ao bolso dos consumidores. Esse seria o “cenário ideal”. No entanto, anteriormente, o secretário da Fazenda havia dito à colunista Estela Benetti, que “não haverá redução no preço ao consumidor. As perdas do Estado serão transferidas para o lucro das empresas de energia elétrica, combustíveis e comunicação”.

Próximos passos do projeto

O projeto aprovado na segunda-feira (13) no Senado define que combustíveis, energia, transportes coletivos, gás natural e comunicações são bens essenciais e indispensáveis e, por isso, os governos estaduais não poderiam cobrar ICMS acima de 17%.

O texto teve algumas modificações, propostas pelo relator e por outros senadores. Depois da conclusão da análise dos destaques, a proposta voltará para a Câmara dos Deputados e então segue para sanção do presidente.

Continua depois da publicidade

Leia também

Dário quer compensação com dinheiro dos royalties para perdas no ICMS dos Estados

Por que SC assiste de fora à pressão dos estados contra teto de ICMS para combustíveis

Com caixa em risco, municípios de SC fazem pressão contra teto de ICMS

Destaques do NSC Total