
Coronavírus
PCR pode não detectar a variante
Foram identificados mais de 25 casos da nova cepa do Coronavírus, a variante XQ Covid-19 até o início de junho, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A XQ é o resultado da fusão do genoma de duas linhagens da variante Ômicron: a BA.1.1 e BA.2.
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Segundo o Pango, sistema internacional de classificação de linhagens e variantes do Coronavírus, a XQ é resultado da mistura de sublinhagens BA.1.1 e BA.2, e já foi sequenciada no País de Gales, Inglaterra, Holanda e Brasil.
A recombinação da XQ ocorre quando um indivíduo é infectado por duas linhagens ou sublinhagens do coronavírus simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo. Ainda que sejam casos raros, pode acontecer, resultando em variantes mais transmissíveis, como a Ômicron.
Quando uma pessoa é infectada, o coronavírus invade as células, passando a reproduzir cópias de si mesmo. Uma vez dentro das células humanas, a enzimas usadas para sua replicação podem absorver informações genéticas de 2 cepas, gerando uma cópia mista, como a XQ (BA.1.1 e BA.2 da Ômicron), ou a Deltacron (Delta e Ômicron). A partir daí, a recombinação ocorre quando 2 genomas se encontram dentro de uma mesma célula.
A variante XQ Covid já foi detectada em diferentes estados do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em que o primeiro caso foi identificado em Florianópolis.
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A infecção da Covid-19 é causada pelo coronavírus Sars-CoV-2 e, em todas as suas variações, pode ocorrer com ou sem sintomas, situação que está se alterando de acordo com a variante responsável pela infecção.
A covid-19 pode se apresentar em três formas: leve, moderada ou grave. O diagnóstico da doença pode ser realizado por meio de exame clínico e também por testes de laboratório realizados a partir de amostras colhidas no nariz e boca.
Com o passar do tempo e a demora para a erradicação do vírus, algumas variantes começaram a surgir e se tornaram novas preocupações em relação a Covid-19, como a variante alfa, beta, delta e ômicron.
Enquanto a variante delta apresenta sintomas parecidos com os da alfa, como tosse, dores de garganta, dores de cabeça, dores abdominais, obstrução nasal e manifestação na pele, a variante ômicron, mais contagiosa entre elas, apresentou outros tipos de sintomas.
É importante ressaltar que os sintomas da Covid-19 são muito comuns, por esse motivo são facilmente confundidos com outras doenças. Contudo, de acordo com levantamentos e estudos de especialistas em todo o mundo, outros sinais não tão comuns podem estar associados à Covid-19, como lesões de pele, queda de cabelo e ansiedade.
Esses sintomas podem estar presentes no momento da infecção e também após a recuperação do indivíduo. Essa condição é conhecida como Covid longa, e afeta milhões de pessoas infectadas pela doença ao redor do mundo.
Já a variante XQ Covid ganhou o apelido de silenciosa, visto que nem sempre a pessoa infectada apresenta sintomas. Além disso, em muitos casos acabou não sendo identificada em testes de PCR, apresentando falsos-negativos por razões ainda desconhecidas.
Considerando que a cada nova mutação do vírus é preciso reavaliar a estrutura do vírus, a dinâmica da pandemia e os sintomas, a XQ ainda não mostrou sintomas característicos, diferente das variantes anteriores.
Quando a variante Ômicron surgiu, boa parte da população já estava imunizada. Contudo, a doença afetou gravemente aqueles que ainda não estavam protegidos. O mesmo caso ocorre com a XQ. Dados apontam que a doença causada por essa cepa pode ser leve. Contudo, pessoas não imunizadas ou imunocomprometidas podem ter maior risco para quadros graves.
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No Rio Grande do Sul, as pessoas infectadas pela variante XQ que estavam imunizadas não apresentaram casos mais gravez como as da Ômicron, por exemplo.
Com a grande circulação das outras variantes, é muito difícil evitar o surgimento de novas variantes com cepas recombinadas. Contudo, é possível evitar que essas cepas não provoquem maiores ameaças do que as que já enfrentamos. É fundamental que a imunização continue, incluindo as doses de reforço programadas.
Estamos em um momento em que já não é preciso deixar de realizar as atividades normalmente. No entanto, é importante que tudo seja feito com consciência, utilizando máscaras em locais fechados, álcool em gel e evitando contato, além da adesão a vacina.
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Ainda não há estudos suficientes sobre o assunto, mas é provável que ocorra algum escape dos atuais imunizantes. Como na variante Ômicron, em que a terceira dose da vacina apresentou papel muito importante no combate à hospitalização e mortes, pesquisas apontam que os imunizantes continuam protegendo os indivíduos de casos graves da doença.
De acordo com o artigo publicado a revista científica Science, os estudiosos ainda não apresentaram um consenso sobre o risco de infecção da XQ em pessoas vacinadas.
No entanto, concluíu-se que, mesmo indivíduos vacinados e com os reforços apresentam 3 vezes mais chances de pegar uma das cepas que formam a XQ. Por outro lado, também afirma-se que aqueles com dose de reforço apresentam o mesmo nível de proteção contra infecções sintomáticas com as cepas BA.1 ou BA.2.
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O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus em suas variadas cepas, como a XQ Covid. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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O diagnóstico das variantes da Covid é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.
As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.
Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito.
Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).
Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
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