Seis sobreviventes do ataque a creche Aquarela, em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, e nove testemunhas vão contar à Justiça o que viveram e viram durante a ação criminosa que tirou a vida de três crianças com menos de 2 anos e de duas educadoras no último 4 de maio. A primeira audiência do processo que julga o responsável pela sequência de crimes bárbaros, ocorre na tarde desta quinta-feira (5) em Pinhalzinho, na mesma região. O réu tem 18 anos.
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Como o processo corre em sigilo, somente equipe de trabalho e depoentes têm autorização para participar da audiência, que será presidida pelo juiz Caio Lemgruber Taborda.
Por conta da pandemia, os depoimentos ocorrem no Fórum, mas serão ouvidos no formato virtual por magistrado, promotor e defesa do réu. Os três estarão em vídeo na televisão instalada na sala de depoimentos, para interação imediata com os entrevistados.
Outra audiência será realizada da mesma maneira no dia 24 deste mês, quando o agressor deve ser ouvido. Ele falará por videoconferência, de uma sala do Presídio Regional de Chapecó, onde está preso desde que recebeu alta hospitalar, oito dias após o crime.
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Motivação repugnante e imoral
De acordo com o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, ele invadiu a Escola Infantil Pró-Infância Aquarela e feriu a professora na entrada da unidade. Ela teria então corrido para a sala onde estavam quatro crianças, todas menores de dois anos. Além deles, o suspeito atacou uma agente educadora.
O autor do ataque a creche Aquarela está preso desde 4 de maio, quando as três crianças com menos de 2 anos e as duas educadoras foram assassinadas com golpes de faca dentro da escola. Na ocasião, ele foi levado ao hospital sob custódia ao tentar tirar a própria vida. Quando recebeu alta, foi levado ao presídio.
O réu responde por cinco homicídios qualificados por motivo torpe, cruel e em ação que impossibilitou a defesa das vítimas. Além disso, é réu por 14 tentativas de homicídio – de pessoas que também estavam na creche.
A motivação do que se considera um massacre inspirado em ataques internacionais, é “repugnante e imoral”, segundo o promotor de justiça responsável pela denúncia, Douglas Dellazari.
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