A prefeitura de Chapecó emitiu nota a respeito da informação publicada pela coluna, de que reforçou a indicação de ‘tratamento precoce’ para pacientes com Covid-19, um mês antes do colapso no sistema de saúde. Afirma que “incentivou” médicos a atuarem da maneira que julgarem correta, e que o tratamento precoce tem sido usado indevidamente para fins políticos.

Continua depois da publicidade

> Em colapso, Oeste de Santa Catarina tinha sinais de saturação desde o final de 2020

A nota também argumenta que o tratamento precoce não estaria “atrelado a um tipo específico de medicamento” e afirma que as decisões tomadas pela prefeitura foram chanceladas por opinião técnica de profissionais da saúde, no Comitê de Enfrentamento à Covid. Por fim, diz que a administração não está presa a “ideologias”.

> Ministério da Saúde suspendeu repasse para 40 leitos de UTI em Chapecó desde dezembro

Embora a nota da prefeitura não indique quais foram os medicamentos recomendados, o que se convencionou chamar de tratamento precoce no país é uma combinação que inclui cloroquina, ivermectina, antibióticos, corticoides e suplementos vitamínicos, com algumas variações. O combo, que não tem comprovação científica de eficácia, era estimulado pelo Ministério da Saúde – o que provocou investigação contra o ministro Eduardo Pazuello por parte do Tribunal de Contas da União (TCU).

Continua depois da publicidade

Em janeiro, médicos de SC relataram complicações e agravamento dos quadros de Covid-19 entre pacientes que fizeram uso do ‘tratamento precoce’ preconizado pelo Ministério da Saúde.

Veja a nota da prefeitura:

“1- A expressão tratamento precoce tem sido usada indevidamente para fins políticos, com o único intuito de polarizar, sem respaldo técnico, os debates sobre a melhor maneira de prestar atendimento aos pacientes infectados pelo coronavírus, como se o dito tratamento precoce estivesse atrelado a um tipo específico de medicamento.

2- A ciência orienta que a melhor maneira de enfrentar a pandemia é prevenindo o contato com o vírus, respeitando as medidas de distanciamento, uso de máscara, higienização frequente das mãos. Havendo o contágio, a avaliação clínica deve definir a melhor estratégia de tratamento, de forma individualizada no contexto de cada paciente.

3- Não existe nenhum decreto determinando tratamento precoce da Covid-19 a quem quer que seja em Chapecó.

Continua depois da publicidade

4- O que a Administração de Chapecó preconizou desde o início da gestão João Rodrigues é que as pessoas tenham o direito de receber o atendimento médico e medicamentoso prescrito pelo seu médico. Se o médico entende que é necessária a prescrição de medicamento A, B ou C, isso é uma conduta médica.

5- O que a Administração fez foi incentivar os médicos para que atuem da melhor maneira que eles julguem tecnicamente correta. Dar determinados medicamentos ou não isso é uma decisão do médico. Em nenhum momento houve determinação de uso de tratamento A ou B. E muito menos prescrição forçada de um medicamento

6- As decisões tomadas pela Administração foram chanceladas em reuniões do Comitê de Enfrentamento à Covid, com a presença de médicos especialistas, diretores de hospitais e outros com reconhecida trajetória profissional na área da Saúde.

7- A Administração Municipal está fazendo tudo o que está a seu alcance para que a população tenha o melhor atendimento, sem se prender a ideologias”.

Continua depois da publicidade

Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz​