O RD Summit, maior evento de marketing e vendas da América Latina, que acontece em São Paulo até esta sexta-feira, tem realização da catarinense RD Station, hoje uma unidade de negócios da Totvs, maior empresa de tecnologia do Brasil. Em entrevista exclusiva para o portal NSC Total, o CEO da Totvs, Dennis Herszkowicz, fala sobre os destaques desta edição do evento, que tem como estrela a inteligência artificial.
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Segundo ele, atualmente, está mais fácil para pessoas físicas do que para pessoas jurídicas usarem IA. Ele também diz que o custo dessa tecnologia está subsidiado pelos grandes desenvolvedores.
Veja mais imagens do CEO da Totvs no RD Summit:
Dennis Herszkowicz também falou sobre a forte presença da Totvs em Santa Catarina e ressaltou o avanço da economia do estado, especialmente em tecnologia, nos polos de Florianópolis e Joinville. Boa parte da Totvs teve origem em empresas de TI de SC. Além da aquisição da RD Station, em 2021, por cerca de R$ 2 bilhões, o maior negócio do setor de TI do Brasil, a Totvs adquiriu a Datasul em 2008, grande empresa do setor e também por um valor recorde.
Empresa bilionária, em seu balanço do terceiro trimestre divulgado quarta-feira informou lucro líquido ajustado de R$ 249 milhões, 10,2% maior do que o do mesmo período de 2024. A receita líquida alcançou R$ 1,6 bilhão, com aumento de 18% na mesma comparação.
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A unidade RD Station teve receita líquida de R$ 156 milhões no último trimestre, alta de 15% frente aos mesmos meses do ano anterior. Leia a entrevista do CEO Dennis Herszkowicz a seguir:
Estamos no RD Summit, evento promovido pela RD Station, que é uma unidade de negócios da Totvs. O que senhor destaca desta edição de 2025? O forte mesmo é a inteligência artificial?
– Primeiro, o RD Summit é o maior evento de marketing do Brasil. Então, temos aqui sempre uma grande quantidade de conteúdos sobre o tema e sobre o relacionamento com o cliente. É incrível! Mas, sim, você tem toda a razão, a inteligência artificial é a grande estrela hoje, e nem tem como ser diferente. A IA, nesse mundo em particular, já é uma realidade concreta.
Temos IA sendo aplicada em basicamente todas as etapas do funil de engajamento de clientes, o que faz dela o assunto central do evento. Mas, obviamente, não é o único. No caso da RD, em particular, falamos de uma jornada única, totalmente integrada entre todo o portfólio de produtos, algo extremamente importante para os nossos clientes, pois traz uma facilidade no uso dessas soluções brutalmente maior e também reforça o próprio uso de IA dentro desses processos.
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No caso da Totvs, vocês também estão avançando muito com a IA?
– Sim, nós usamos a IA, assim como a própria RD, em duas dimensões diferentes. Temos a aplicação de IA dentro dos processos internos da Totvs, e estamos falando de todas as áreas dentro da companhia: suporte a clientes, desenvolvimento de software, back-office e vendas.
Além disso, temos a oportunidade que muitas empresas não têm, que é a de aplicar IA dentro de nossos produtos e transformar essa IA em negócios novos, novas fontes de receita. Nesse sentido, temos, de um lado, agentes que nós efetivamente criamos nesses últimos trimestres, mas temos também a construção de uma infraestrutura de IA que consideramos a maior do Brasil. Uma infraestrutura que leva em consideração uma layer de orquestração de IA absolutamente agnóstica em termos de modelo.
Estamos falando de capacitores de construção de agentes dentro e fora da Totvs; falamos de um trabalho de APIs dentro dos produtos, também extremamente importante, para não falar, obviamente, de migração de clientes para a nuvem e de ajudar os clientes a organizar os bancos de dados, que são o principal combustível para a IA.
Para o cliente, aumenta o custo de serviço com o uso de IA, ou fica mais ou menos na mesma média? Qual é a expectativa sobre isso?
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– Depende muito do tipo de aplicação que você vai querer. Hoje, honestamente, a IA ainda está subsidiada. O custo de processamento da IA cobrado pelos desenvolvedores dos grandes modelos, ou pelos próprios hyperscalers, está longe de ser o custo real que essa IA tem. Então, isso torna o uso de IA relativamente barato. Por quanto tempo esse subsídio continuará existindo, é difícil de dizer.
É fácil usar inteligência artificial?
– A IA é mais fácil de ser usada pelo CPF do que pelo CNPJ. Então, você, na pessoa física, usando para trabalho, consegue utilizar, hoje, de uma forma relativamente simples. Para uma empresa usar IA dentro do processo formal dela, ainda é um trabalho difícil.
E como está a integração da RD Station com a Totvs, empresa catarinense adquida em 2021?
– Totalmente integrada. A RD é uma empresa dentro da Totvs, e teve muitas vantagens e benefícios por estar dentro do grupo. Boa parte dessas mudanças que aconteceram no mercado, chegada da IA e, por consequência, todos os investimentos que foram necessários e que continuam sendo feitos em termos de produto e infraestrutura, para uma empresa como a RD fazer isso sozinha, se não estivesse dentro da Totvs, talvez fosse um grande desafio. Dentro da Totvs, uma empresa de vários bilhões de reais, esse investimento se torna muito mais possível. Eu vejo a RD como uma parte muito importante da Totvs.
Ela continua em Santa Catarina ou já integrou mais?
– A sede da RD continua sendo em Florianópolis. O ponto é que a RD é uma empresa que tem um formato de trabalho muito híbrido. Então, há muita gente da RD que, efetivamente, não é de Santa Catarina, e sempre foi assim. Há profissionais em Porto Alegre, São Paulo, Paraná… mas a sede da RD continua em Floripa.
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Como é Santa Catarina, de modo geral, para o negócio da Totvs? Vocês têm ainda uma presença grande em Joinville?
– Santa Catarina é um estado maravilhoso, com um potencial econômico incrível. Eu vou para Santa Catarina no mínimo uma vez por ano ou mais vezes. Porque tem Joinville, Florianópolis e outras cidades onde também estamos presentes. É um estado fantástico, com um potencial econômico impressionante. Santa Catarina se desenvolveu muito, transformou-se em um dos principais polos tecnológicos do Brasil. No meu painel, agora há pouco, falei exatamente sobre isso e mencionei especificamente Joinville e Florianópolis como polos de desenvolvimento de software superimportantes.
Vocês acabam de divulgar o balanço. Gostaria que você comentasse como foi o ano até agora, até setembro, para a Totvs.
– Não podemos reclamar. Estamos tendo um ano superpositivo. A ação da Totvs, que talvez seja um indicador do quanto o mercado tem gostado ou não dos resultados que temos entregado, está com mais de 75% de alta neste ano, uma das maiores altas da bolsa. Então, por enquanto, está tudo andando bem. Estamos crescendo, e crescendo com rentabilidade, conseguindo manter um nível de satisfação dos clientes medido pelo NPS, o Net Promoter Score, também com um nível recorde. Então, temos um ano superpositivo.
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O senhor também costuma contabilizar o crescimento das ações da Totvs desde que assumiu como CEO-Presidente da empresa, em 2018. Como foi a evolução até agora?
– Se eu não me engano, segundo o indicador TSR, Total Shareholder Return, o crescimento deve estar neste momento próximo de 500%. Nos últimos 7 anos.
Um destaque da Totvs sobre capital humano é que a empresa têm uma política de valorizar profissionais com 50 anos ou mais. O que a empresa considera na formação de equipes?
– Eu acho que tem um aspecto de diversidade que vai muito além do que a gente normalmente lê, que é o aspecto de que quanto maior é o aquário onde você está buscando talentos, maior é a chance de você conseguir achar esses talentos. Então, por que eu vou tirar pedaços desse meu aquário, por que que eu vou deixar de olhar talentos que tenham, eventualmente, mais de 50 anos ou menos de X anos. Não faz sentido.
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A Totvs é uma empresa que tem isso muito claro há décadas. Estamos preocupados em encontrar boas pessoas, e não se elas têm idade X ou Y, gênero A ou B, isso não importa na prática para nós. Estamos preocupados se as pessoas são boas, se vão gerar bons resultados, e se têm a cultura que nós implementamos dentro da companhia.
* A colunista viajou a convite do evento RD Summit
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