Empresa têxtil centenária com 143 anos de atividades, a Döhler, de Joinville, anuncia que vai acelerar crescimento de rede de lojas próprias no varejo brasileiro e também vai estrear no exterior. Estuda a abertura de uma fábrica no Paraguai. Estes e outros investimentos visam, em 10 anos, dobrar a receita líquida de vendas da companhia, que neste ano, até setembro, alcançou R$ 456,6 milhões.

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As informações são do presidente do conselho de administração da companhia, Udo Döhler, e foram destacadas na manhã desta segunda-feira durante inauguração da primeira loja conceito da marca dentro de um centro comercial, o Porto Belo Outlet Premium, que fica no município de Porto Belo, às margens da BR-101.

Veja mais imagens da nova loja conceito da Döhler no Porto Belo Outlet Premium:

A Döhler é uma das maiores indústrias têxteis do Brasil. Produz itens de cama, mesa, banho, decoração, artesanato, hotelaria e hospitais. Conta com equipe de mais de 2,5 mil colaboradores, parque fabril verticalizado em Joinville e exporta para mais de 20 países. A reunião para a definição dos investimentos para o próximo ano será em dezembro. Saiba mais sobre os planos da empresa na entrevista de Udo Döhler, a seguir:

O que representa para a Döhler a abertura desta loja no Porto Belo Outlet Premium? É o começo de uma rede de lojas?

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– Esta loja chega num momento muito oportuno. Faz parte do nosso planejamento estratégico que construímos há cerca de dois anos, quando entendemos a oportunidade de instalar de 10 a 12 lojas conceito no país. Iniciamos por uma loja em Joinville com esse formato e surgiu então essa oportunidade de Porto Belo no formato de outlet, que não vai ser modelo nosso para as demais lojas no país inteiro.

Até podemos instalar outra em outlet, mas quanto mais perto da companhia, melhor. Então Porto Belo se encaixou bem, coincidiu com a expansão do outlet aqui. Aproveitamos a oferta de um espaço generoso na entrada lateral do shopping, com uma boa exposição para quem entra no shopping, também pela parte da frente. Aqui no outlet vamos alcançar não só o consumidor local, mas também dos países vizinhos, especialmente da Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Isso ajuda a projetar nossa marca.

Estamos fazendo nosso planejamento estratégico. Vamos incluir mais produtos premium, além do que já fazemos hoje. Esta loja coincide com esse momento. Percebemos que foi uma decisão acertada. Assim, logo no início do novo ano já poderemos prospectar espaço em Curitiba ou São Paulo para a nossa segunda loja. Curitiba pode ser uma loja conceitual como a de Joinville ou uma de outlet. Isso porque a capital paranaense está próxima de Joinville e, também, porque é uma cidade laboratório, boa para fazer lançamentos.

Além de São Paulo e Curitiba, onde mais a Döhler planeja abrir lojas?

– Ainda não definimos os locais para Curitiba e São Paulo. Depois, naturalmente, Minas Gerais seria uma outra opção, fica próximo de Mato Grosso e Goiás. E depois, um braço lá no Nordeste.  

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A Döhler vai abrir uma fábrica no exterior?

– A Döhler seguirá com forte produção no Brasil, é uma indústria nacional tradicional. Mas também tem oportunidade de crescer no exterior e avaliamos que esse é o momento de crescer lá fora. Analisamos oportunidades em diversos países, desde o Panamá, descendo um pouco até a Zona Franca de Manaus, olhando também o Uruguai, etc. Encontramos no Paraguai essa boa oportunidade.

O Paraguai tem uma democracia estável de 27 anos. E tem também estabilidade econômica, está se industrializando e não tem desemprego. Tivemos reunião com o ministro da Indústria e Comércio do país ele disse que existe um interesse forte do Paraguai para acelerar a formalização da economia. E o que fizeram? Baixaram a carga tributária.

Existem só três impostos no país: 10% de Imposto de Renda, 10% de IVA, e no caso da lei maquila é 1% sobre valor agregado. Além disso, embora o Paraguai seja um país pequeno enquanto consumidor, é um cliente importante nosso há décadas.

Como estão as vendas por e-commerce no mercado brasileiro?

– Hoje, a nossa participação no e-commerce é muito pequena, discreta. Mas nos últimos dois meses, na comparação com a média dos últimos oito meses, quadruplicou.

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Como está o uso de inteligência artificial e robôs na empresa?

– Nós estamos juntando inovação com a TI, que vai ser a área de inteligência artificial. E já temos um profissional cuidando disso. Não teremos robôs humanóides, mas  podemos automatizar muitos processos com inteligência artificial. E nós estamos trabalhando fortemente nesse caminho.

A sustentabilidade sempre recebeu atenção da Döhler. O que o senhor destaca nessa área?

– A sustentabilidade está no DNA da companhia. Nós buscamos décadas passadas o nosso suprimento próprio de água. Somos um importante consumidor de água do município, mas buscamos a água de um rio que fica a seis quilômetros da cidade, num ponto onde jamais a cidade vai buscar água. Tratamos e devolvemos tratada para o rio. E 40% dessa água é reutilizada no processo.

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