Um número que surpreendeu os participantes do evento do Movimento Floripa Sustentável, nesta segunda-feira (09), sobre o marco do saneamento foi destacado pelo gerente jurídico da empresa do Paraná Sanepar, Marcos Venicio Cavassin. Segundo ele, cálculo feito pela empresa mostrou que serão necessários 900 anos para ela ter retorno de investimento que fez em novo sistema de abastecimento de água na cidade de Rio Branco do Sul, com pouco mais de 30 mil habitantes, na região de Curitiba.
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Taxa de retorno é o tempo que a empresa vai demorar para obter resultado financeiro para pagar o investimento que fez em determinado projeto.
– Em 2010, Rio Branco do Sul tinha um fornecimento precário de água. O índice de diarreia da população era parecido com o de países da África. O Ministério Público instou a Sanepar a ajudar o município no tratamento de água, principalmente porque a água deles vinha direto de uma mina, mangueira preta. Em 2011 a gente fez um investimento em PAD, que é um sistema sem emenda. É o mais caro que existe para água e esgoto. Fizemos até como uma espécie de laboratório. Trocamos toda a rede de água do município, começamos do zero. Esse é investimento não retorna nunca mais – destacou Marcos Cavassin.
Ele conta que citou esse exemplo para mostrar que investimento em água e esgoto é estratégico e que a regionalização é importante para reduzir custos.
A Sanepar é considerada a melhor empresa de saneamento do Brasil, está listada na bolsa B3 e escolheu um modelo diferente para alcançar a universalização de água e saneamento até 2033. Ela segue pública, mas está concedendo ao setor privado serviços em diversas regiões.
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– Está funcionando bem até pela questão de ser uma empresa com ações na bolsa, com o controle da CVM, fiscalização e compliance. Isso obriga ter eficiência. Ao mesmo tempo, você ainda tem, do outro lado, a questão pública, porque o estado também fiscaliza. É vinculada à administração pública, passa pelos controles do Tribunal de Contas e do Ministério Público – explica ele.
Outros pontos favoráveis são que a política pública quem induz é o governo, por ser o sócio majoritário. Quem tem o controle do planejamento da companhia é o governo, que submete plano de gestão ao conselho de administração, que por sua vez tem integrantes do setor privado. Segundo Marcos Cavassin, essa simbiose está funcionando bem.
Para alcançar a universalização, o Paraná prevê investimentos de R$ 12 bilhões em saneamento até 2033 e de R$ 19 bilhões até 2048.
De acordo com o executivo, em municípios com menos população, uma solução é a regionalização do tratamento de água e esgoto. Quando não dá para regionalizar, cada município terá que ter o seu sistema, mesmo sendo uma cidade muito pequena, enfatizou ele.
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