A Portonave, Porto de Navegantes em Santa Catarina que é o primeiro terminal privado de contêineres do Brasil, vai concluir no segundo semestre de 2026 o investimento de R$ 2 bilhões em obras no cais e aquisição de equipamentos para receber navios de até 400 metros. Mas o porto tem pressa nas obras do canal de acesso ao Complexo Portuário Itajaí Navegantes, no rio Itajaí, que vão aprofundar o canal em até 17 metros para receber grandes navios.
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Essas informações foram destaque em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira pelo superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Rivas. Ele recebeu a imprensa especializada no setor, juntamente com a diretora-executiva da Associação de Terminais Portuiários Privados (ATP), Gabriela Costa, ex-secretária executiva do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).
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Atualmente, a Portonave tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de contêineres por ano. Com essa ampliação e modernização do terminal e aprofundamento do canal terá condições de movimentar 2 milhões de contêineres por ano, destacou Castilho Ribas.
Do total de investimentos, R$ 1,6 bilhão são para obras de adequação do cais e R$ 439 milhões estão sendo destinados para a compra de novos equipamentos. Esses equipamentos foram adquiridos e estão em fase de produção.
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– Nós precisamos também das obras de adequação do canal. Elas vão passar por um processo de concessão promovido pelo governo federal. Ele está na fase de análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A perspectiva, segundo informação que temos, é de que esse leilão vai ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano – informou Castilho Ribas.
A empresa concessionária deverá fazer dragagem com aprofundamento do canal em até 17 metros. O objetivo é receber grandes navios de contêineres de até 400 metros de comprimento. De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) de setembro deste ano, o terminal de Navegantes é o mais eficiente do país, com cerca de 114 movimentos por hora de contêineres com o uso de guindastes ship-to-Shore (STS).
O desafio, agora, é também fazer as obras que não dependem diretamente do porto, como as previstas para a empresa concessionária do canal do Rio Itajaí, onde está a bacia de evolução para os portos de Navegantes e Itajaí. Também são urgentes mais obras em rodovias para que as cargas cheguem com mais rapidez ao terminal.
A diretora da ATP, Gabriela Costa, defendeu uma atenção maior do setor público em obras para melhorar a logística de terminais privados. Lembrou que no ano passado esse setor portuário movimentou 64% de todas as cargas do país. Em 2024, o movimento portuário brasileiro somou 1,32 bilhão de toneladas e 840 milhões foram em terminais privados.
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– Hoje, mais de 95% do comércio exterior brasileiro entra e sai pelos terminais portuários, sejam privados, sejam públicos, é importantíssimo ter um olhar do poder público com relação ao acesso a esses terminais. O acesso hoje é pensado dentro, obviamente, do Ministério de Portos e Aeroportos quando falamos em acesso aquaviário e dentro do Ministério dos Transportes, quando a gente está falando de rodovias e ferrovias. Nessas duas pastas, é importante a integração desse planejamento – destacou Gabriela Costa.
Castilho Ribas reconheceu que a expansão da atividade da Portonave a partir desses investimentos deverá evoluir de acordo com o aprofundamento do canal, com obras esperadas a partir do ano que vem. Haverá aumento do número de colaboradores, mas ainda não está definido quanto. Hoje, o porto tem 1,3 mil colaboradores diretos. Com a obra de expansão, está empregando indiretamente 1,1 mil pessoas.
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