Após 25 anos de negociações, a informação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o acordo Mercosul e União Europeia será assinado em 20 de dezembro motiva empresas iniciarem contatos dentro das novas regras. A expectativa é de isso poderá ser possível ainda no primeiro semestre de 2026 e a Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) está preparada para auxiliar as empresas nesse processo, destaca a presidente da Câmara de Comércio Exterior da entidade, Maria Teresa Bustamante.
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– Esse é um acordo relevante e nós estamos hiper preparados para colaborar com a indústria catarinense. Estamos com uma equipe treinada há mais de um ano. Também estamos atendendo de forma customizada as indústrias, preparando-as para estarem totalmente alinhadas no cumprimento das normas reguladoras definidas – destaca a presidente da câmara.

Antes de entrar em vigor essa parceria comercial passará por duas etapas. A próxima será a assinatura do acordo entre os blocos econômicos dia 20 de dezembro. Depois, cada país terá que aprovar o acordo internamente no Congresso Nacional. No Brasil, a expectativa é de que isso ocorra no primeiro trimestre do ano que vem, até em abril. Então deve ser sancionado pelo presidente e publicado, já se tornando lei.
– A partir do momento em que é aprovado pelo legislativo e publicado o decreto do executivo no diário oficial, o acordo passa a valer para as operações de importação do Brasil. E se estiver publicado oficialmente na União Europeia também valerá para as exportações brasileiras dentro dos benefícios e cronograma publicado – explica Maria Teresa Bustamante.
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Desde que as negociações começaram a avançar, a Câmara de Comércio Exterior da entidade passou a fazer apresentações para empresas, destacando ameaças e oportunidades desse acordo. São seis normas que precisam ser cumpridas pelas empresas.
São grandes as expectativas do setor empresarial com essa parceria porque vai formar um mercado conjunto de 722 milhões de pessoas entre os dois blocos econômicos. Juntos, eles somam Produto Interno Bruto (PIB) anual da ordem de US$ 22 trilhões.
Acordos como o anunciado pela Argentina com os Estados Unidos, ou do ingresso do Uruguai na Parceria Transpacífica (CPTPP) podem ter impacto negativo porque o Mercosul não permite isso. Para a presidente da Câmara da Fiesc, seria necessário o Mercosul deliberar pela flexibilização dessas restrições a acordos bilaterais por parte de países membros. Isso permitiria ao Brasil também buscar novas parcerias bilaterais.
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