Um documentário internacional vai homenagear Hans Broos, celebrado arquiteto que viveu e deixou marcas importantes em Santa Catarina. O filme eslovaco Architekt Drsnej Poetiky (O Arquiteto da Póetica Bruta) conta a trajetória do homem que deixou a Europa do pós-guerra para ajudar a construir o movimento brutalista no Brasil. Entre as obras mais importantes projetadas por Broos estão a sede da Celesc, na Capital, o Grande Hotel Blumenau e o complexo industrial da Hering, no Bom Retiro. Ele morreu em 2011.
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Nascido em 1921 em Gross-Lomnitz, hoje Eslováquia, veio para Blumenau em 1953. Projetou mais de 140 edifícios modernos, cuja preocupação central era a funcionalidade. Uma arquitetura de linhas duras em concreto, racional, mas integrada ao entorno das construções.
A Igreja Luterana Martin Luther, no Bairro Itoupava Seca, em Blumenau, é obra de Broos, assim como o Edifício Mauá, na Rua XV de Novembro. Ele também atuou na reforma da antiga prefeitura, onde hoje funciona a Secretaria de Cultura e Relações Internacionais. Broos manteve uma parceria profissional e amizade duradoura com o paisagista brasileiro Roberto Burle Marx. Eles trabalharam juntos no jardim suspenso da Cia Hering, no Bom Retiro.

Broos radicou-se em São Paulo, mas retornou a Blumenau em 2006. Viveu os últimos anos no Bairro Boa Vista, em uma casa às margens do Itajaí-Açu, em meio à natureza. Teve um acidente vascular cerebral e gradativamente perdeu a memória devido ao Alzheimer. Morreu no Hospital Santa Catarina.
O filme, com lançamento marcado para 7 de outubro — dois dias antes do centenário do arquiteto —, foi selecionado para ser exibido em festivais em Roterdã (Holanda) e Nova York (EUA). Um ator brasileiro e outro eslovaco representam Broos e conduzem a narrativa, como num monólogo. Um trailer foi divulgado em redes sociais nesta semana. Segundo o próprio diretor, há planos de exibir o filme no Brasil em 2022, se a pandemia de Covid-19 permitir.
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