Dois anos depois de ser vendida para o Grupo Soma, a Cia. Hering pode mudar de mãos novamente. Os atuais donos da centenária companhia estão negociando uma fusão com a Arezzo, outra gigante da moda. A possível operação foi noticiada no começo da tarde desta quarta-feira (31) inicialmente pelo portal NeoFeed. Desde então, as ações das duas companhias dispararam na Bolsa de Valores.

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Dona da Hering e Arezzo acertam fusão e criam nova potência bilionária da moda

Segundo o NeoFeed, a fusão, que seria 100% via troca de ações, estaria próxima de ser anunciada, faltando apenas alguns detalhes. As tratativas ocorrem diretamente entre Alexandre Birman, presidente da Arezzo, e Roberto Jatahy, CEO do Grupo Soma. O possível acordo, no entanto, não teria agradado acionistas institucionais das duas companhias.

O Brazil Journal, que também antecipou detalhes das tratativas, ouviu de fontes a par do assunto que a fusão geraria sinergias de negócio estimadas em R$ 4,5 bilhões. Pelos termos propostos, acionistas da Arezzo ficariam com 56% da empresa combinada, enquanto a acionistas do Soma restariam os outros 44% – percentuais estipulados de acordo com o valor recente de mercado das duas companhias.

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O Brazil Journal também destacou que a união de ambas criaria uma companhia – ainda sem nome definido – com faturamento somado de R$ 12 bilhões, lucro combinado de R$ 750 milhões e um portfólio de 34 marcas, o que seria a maior plataforma de moda do Brasil. O novo negócio, que seria comandado por Birman, também já nasceria com quase 22 mil funcionários e mais de 2 mil lojas pelo país.

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Nesta nova configuração, ainda segundo a apuração do Brazil Journal, a Hering sairia do guarda-chuva do Grupo Soma e passaria a ser uma unidade de negócios diretamente vinculada à holding. Além disso, fábricas da companhia seriam usadas para produzir itens da marca Reserva, que hoje pertence à Arezzo, com redução de custos.

O Pipeline, site de negócios do Valor Econômico, acrescentou que as conversas de Birman e Jatahy chegaram nesta semana aos conselhos das companhias, que teriam ficado surpresos com o avanço das tratativas. O Pipeline também apurou que a família Hering teria achado os termos iniciais ruins, considerando a fatia a que teria direito na nova empresa.

Arezzo confirma conversas

Em fato relevante divulgado ao mercado durante a tarde, após as conversas virem à tona, a Arezzo confirmou que “está em entendimentos com o Grupo Soma, em que ambos avaliam uma
possível associação que poderá envolver a unificação das bases acionárias em uma única
companhia com governança compartilhada”.

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A Arezzo também informou que Alexandre Birman será o CEO da companhia combinada e que Roberto Jatahy será o CEO da unidade de vestuário feminino.

A Arezzo esclareceu, no entanto, que até o momento não há qualquer documento vinculante celebrado entre as companhias sobre a realização da possível operação ou qualquer garantia de que ela seja implementada.

Namoro antigo

Em 2021 a Arezzo já havia sondado o Grupo Soma com uma oferta, depois de um namoro de meses. O negócio, no entanto, acabou não acontecendo. Em abril daquele ano, a Cia. Hering já havia sido incorporada pelo Soma em um negócio à época avaliado em R$ 5,1 bilhões.

Curiosamente, duas semanas antes de aceitar a oferta, a companhia blumenauense havia rejeitado uma proposta de compra justamente da Arezzo. Na ocasião, uma fonte com conhecimento do assunto avaliou que “o preço era muito ruim”.

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