Contando os próprios parlamentares, a Câmara de Vereadores de Blumenau tem cerca de 150 funcionários e uma folha salarial mensal só de servidores ativos que beira R$ 1,5 milhão, segundo dados de agosto disponíveis no Portal da Transparência. Mesmo com todo esse aparato, não há um vivente sequer no Legislativo, entre cargos operacionais e administrativos, apto a assessorar a CPI do transporte coletivo na análise técnica e financeira de documentos apresentados pela Blumob, alvo de investigação.
Continua depois da publicidade
> Receba notícias de Blumenau e do Vale pelo WhatsApp
A situação provocou uma decisão que, diante de tamanha estrutura, é esdrúxula, para dizer o mínimo, em um poder cuja atribuição maior é fiscalizar: a Câmara vai precisar contratar profissionais de fora para o trabalho. O anúncio foi feito durante a reunião de trabalho do grupo na tarde desta quarta-feira (8). Antes disso, a CPI havia questionado a direção da Casa sobre a possibilidade de contar com o suporte de alguém do quadro efetivo. A resposta:
“Essa casa não dispõe de servidor com conhecimento técnico nas áreas contábil, financeira e econômica para assessorar os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito, instaurada pela resolução MD 3645/2021, no que diz respeito à perícia contábil de documentos do contrato de concessão do serviço público de transporte coletivo”, diz memorando lido na íntegra pelo relator da comissão, Alexandre Matias (PSDB).
> Quais os três motivos que sustentam o pedido de CPI do transporte coletivo em Blumenau
Continua depois da publicidade
Enquanto não fica claro quanto isso vai custar nem como será feita a contratação, a Blumob segue dando as cartas no jogo. Pela segunda semana seguida, a empresa não deu as caras na CPI nesta quarta, mesmo estando convocada. Em ofício enviado na última sexta-feira (3), a concessionária pediu que a data do depoimento fosse mantida para o dia 15, como já havia solicitado antes, alegando que precisava de mais tempo para se preparar e que feriados recentes (2 e 7 de Setembro) atrasaram a juntada de documentos.
O presidente da CPI, Carlos Wagner (PSL), que já havia tratado a primeira falta da empresa como um deboche, sugeriu acionar a Justiça. Foi voto vencido pelos outros dois integrantes da comissão – Matias e Marcelo Lanzarin (Podemos) –, que não viram problema em esperar mais uma semana.
A Blumob promete trazer um diretor jurídico de São Paulo especialmente para a ocasião. A conferir se a espera será recompensada.
Leia também
Novo gestor do Neumarkt Blumenau sobre a pandemia: “Foi um MBA na prática”
Continua depois da publicidade
Empresa negocia naming rights da futura Praça da Estação em Blumenau
Conselho da Unimed Blumenau aprova estudo para retomar obras de hospital
Timbó busca investidor privado para bancar novas atrações no Morro Azul
Servidores públicos de Blumenau já se mobilizam para eleição do sindicato em outubro
Receba notícias e análises do colunista Pedro Machado sobre economia, negócios e o cotidiano de Blumenau e região pelo WhatsApp ou Telegram