Caiu como uma ducha de água fria no trade turístico de Blumenau a notícia de um novo adiamento da Febratex, feira de negócios e tecnologias para a indústria têxtil que deveria acontecer na primeira quinzena de agosto na Vila Germânica. Incertezas relacionadas ao cenário da pandemia em um cenário de nova alta de casos de Covid-19, somadas à falta de garantias para proporcionar a devida segurança aos participantes, levaram a organização a prorrogar o evento pela quarta vez. Agora ficará para agosto de 2022. Se tudo der certo.
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“Mesmo com todo o esforço que diariamente estamos direcionando para realizar uma Febratex em total consonância com a retomada da economia e o rigor que a pandemia exige, e da importância de um evento desse porte, a situação da pandemia, com números ainda elevados de casos ativos e internações hospitalares, aliada ainda ao baixo percentual de vacinação, não permitem garantir a realização do evento em consonância com as medidas de segurança sanitárias determinadas pelo Estado”, diz a Febratex em comunicado distribuído na semana passada, confirmando o adiamento.
A consternação do presente contrasta com o clima esperançoso que predominava em um passado não muito distante. Há menos de um mês, no dia 20 de maio, lideranças políticas, representantes de entidades temáticas e empresários do ramo debatiam, em um dos auditórios do Hotel Himmelblau, em Blumenau, desafios e soluções para retomar o setor de eventos e dar novo ânimo ao turismo de negócios e lazer. Depois de tanta espera e notícias negativas, havia margem para otimismo diante do avanço, ainda que longe da velocidade ideal, da vacinação. Só faltou combinar isso com o vírus.
Dúvidas relacionadas a regras sanitárias para feiras e congressos, em um momento em que o governo de Santa Catarina ainda estuda condições para a promoção de eventos-teste a partir de julho, também tiveram peso na decisão, admite Hélvio Pompeo Madeira, diretor-presidente do Febratex Group. Para uma exposição do tamanho da Febratex, que em um único dia já chegou a reunir 9 mil pessoas entre expositores e visitantes, o planejamento precisa ser feito com muita antecedência.
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— É uma frustração muito grande. Não é só a questão da realização da feira para os expositores, que também estavam preocupados, mas principalmente para toda essa cadeia do segmento de serviços — lamenta Pompeo Madeira.
Com o novo adiamento, reservas de hotéis na cidade precisaram ser desmarcadas e serviços de apoio e de infraestrutura previamente contratados foram cancelados. Mais do que isso: a prorrogação reforçou o óbvio. É um sinal de que grandes eventos, que reúnem milhares de pessoas, não devem voltar tão cedo e seguem condicionados a um número cada vez maior de vacinados.
Laboratório para a Oktoberfest
O novo adiamento atrapalha até mesmo os planos para a Oktoberfest Blumenau. A intenção da Vila Germânica era usar a feira de negócios como uma espécie de laboratório para a festa germânica. Na prática, a Febratex seria o evento-teste para a prefeitura analisar a complexidade e a efetividade de medidas sanitárias. Sem ela, perde-se a chance de criar uma referência.
Apesar disso, o prazo para o município bater o martelo sobre a realização da Oktoberfest Blumenau segue o mesmo, anterior à data programada para a própria Febratex. Segundo o secretário de Turismo e Lazer, Marcelo Greuel, a definição sairá entre o fim de junho e o início de julho.
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