Entre janeiro e outubro, a produção industrial de Santa Catarina cresceu 2,8%, três vezes mais que a brasileira (0,8%) no período, destacou a Fiesc em uma análise do ano feita nesta semana. Em sete dos 14 segmentos monitorados pela federação, o desempenho do Estado foi superior à média nacional.

Continua depois da publicidade

Entre os principais destaques estão os produtos de metal. Em Santa Catarina, o avanço no ano foi de 14,8%, puxado pela demanda da construção civil e do ramo automobilístico, contra uma queda de 1,5% no país. O setor de alimentos também teve resultado expressivo, com alta de 5,6%, frente a um crescimento mais tímido no Brasil, de 1%

Na outra ponta, o segmento catarinense de produtos têxteis ficou praticamente estagnado, com leve incremento de 1%, enquanto na média brasileira a expansão foi de 10,3%. Madeira, veículos e móveis foram os setores com desempenho negativo no Estado, muito em função do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Apesar disso, exportações para países como México, Argentina e Arábia Saudita ajudaram a compensar parte das perdas.

Perspectivas para 2026

Na apresentação, dirigentes da Fiesc destacaram que o crescimento da indústria catarinense em ritmo mais acelerado do que a média nacional se deve à diversificação da produção do Estado.

— Não temos fábrica de aviões, mas fazemos satélites — comparou o presidente Gilberto Seleme.

Continua depois da publicidade

A expectativa preliminar para 2026 é positiva, na avaliação da Fiesc, porque estão no horizonte uma redução da taxa de juros e uma injeção de recursos na economia por causa da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, fatores que devem aquecer o consumo.

Mas…

Uma declaração do economista-chefe da Fiesc, Pablo Bittencourt, durante a apresentação resumiu o sentimento de boa parte do empresariado sobre as negociações para derrubar as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Apesar do otimismo que vem da aproximação entre Lula e Donald Trump, a sensação ainda é de certa imprevisibilidade.

— A nossa expectativa, hoje, é muito melhor do que era há três meses sobre uma eventual queda de tarifas. A gente tem uma perspectiva positiva. Claro que a gente não sabe o que vai se passar na cabeça do presidente dos Estados Unidos. Ninguém sabe. Talvez nem ele.

Leia também

Samae de Blumenau vai incentivar aposentadoria de servidores para economizar na folha

Auditoria põe em xeque fiscalização pública da concessão do esgoto em Blumenau

Gigante têxtil fecha fábrica em SC

WEG chega a acordo para comprar empresa na Índia