Em qualquer segmento da vida é preciso ter postura, comportamento ético especialmente. Assim sendo, passamos a conhecer melhor uma pessoa e do que é capaz na profissão. Dois homens públicos me chamaram atenção esta semana com as formas de agir publicamente. O reeleito presidente da França, Emmanuel Macron, depois de uma acirrada disputa com Marine Le Pen no primeiro pronunciamento aos eleitores ouviu vaias quando citou o nome da opositora. Parou e disse: “Não vaiem por favor. Fui eleito para presidir o país. Os que não votaram em mim também são franceses”. Pronto, aplausos foram ouvidos.

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Da mesma forma o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira. O comportamento após a vitória diante do maior rival, o Corinthians, foi exemplar. Ao ouvir vaias ao rival durante a entrevista parou e disse: “Aqui não vamos respeitar. O fórum para isso é lá na arquibancada”. Chama-se ética profissional a este comportamento. E Abel foi mais além: “Não entendo tantas críticas da imprensa ao Palmeiras. O jovem torcedor se torna jornalista e é colocado para comentar futebol. Parece que quando vai falar do Palmeiras, volta ao passado e relembra as vezes em que o time foi derrotado pelo adversário e começa a cuspir o que pensa, sem filtro”.

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Vejo na declaração uma forma de pensar e dirigir diferentemente o futebol. Abel Ferreira e comissão técnica trouxeram novidade para o futebol brasileiro. A capacidade de estudar e repassar conteúdo. O sucesso só é capaz de acontecer se o trabalho for bem feito. O técnico compartilha as glórias com os comandados.

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Parece simples. As duas formas de agir me provocaram a uma reflexão sobre o comportamento dos profissionais na política e no futebol. Estamos indo para uma eleição no Brasil onde parece que a guerra já começou. A falta de respeito infelizmente vai pautar o pleito. Emmanuel Macron e Abel Ferreira deram o tom da ética durante a semana. Isso deveria ser normal aqui no Brasil. Não é, por isso chama atenção.

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O técnico do Palmeiras pela cultura europeia teve a coragem de pedir ao torcedor para não vaiar o maior rival e apontou o local certo para isso. Por maior que seja a rivalidade, o adversário merece respeito, seja quem for. Isso chama-se profissionalismo.

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Comportamento

Dois episódios também me chamaram atenção em SC. As expulsões de Oberdan, do Figueirense, e Morato, do Avaí. Casos típicos de comportamento, que muitos chamam de estado emocional de momento. Dois jogadores que deixaram não só os clubes em dificuldades, como os companheiros. Foram expulsos em lances de meio e lado de campo e não muito distante do início do jogo. Nos dois casos, na minha opinião, a expulsão foi merecida, tal a força desproporcional aplicada pelos atletas.

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Explicação

O que leva um jogador a agir dessa forma com 15 minutos de jogo? Em um dos jogos, o empate. No outro, a vitória. A partida não havia esquentado em ambos os casos. Dizem os especialistas que o estado emocional ocorre quando o cérebro recebe estímulos externos e despertam nossas emoções como raiva, tristeza, alegria, pânico etc. Mas nem isso aconteceu. É preciso lembrar que os atletas devem obrigação ao clube. Somar, sim. Deixá-lo em dificuldade jamais.

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Exemplo

Reencontrei o goleiro Wilson. Que bom conversar com um atleta exemplar, bom caráter, ético, líder e profissional. Revê-lo no gol do Figueirense é sinônimo de segurança, capacidade e muita qualidade, aliada à experiência. Sempre pensando no melhor para o clube, rejeitou a faixa de capitão, por entender que no momento o time precisa de alguém no meio para comandar e representar o técnico, ele na meta não cumpriria este papel.

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Crescendo

Neste domingo, dia 31, vamos ver Alemão, ex-Avaí, com a camisa do Internacional, no Beira-Rio. O torcedor só foi tomar conhecimento dele quando já vestia a camisa vermelha. Estava na lista dos descartados da Ressacada do ex-diretor William Thomaz, que curiosamente foi para o Inter. Diria um velho amigo: “Interessante, não Alves?”.

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Giro Total

> Ironman:

Um paulista em 1º lugar no masculino (José Belarmino de Souza) e vitória de uma paulista (Patrícia Franco) no feminino. Não tivemos ninguém de Santa Catarina entre os primeiros colocados no Ironman.

> Cuidado:

A CBF precisa rever urgentemente o quadro de árbitros. Antonio Dib, do Piauí, que apareceu na Ressacada na última segunda-feira é tudo, menos arbitro de futebol. Tipo do cara que se esconde atrás do VAR. Marca em dúvida e espera a confirmação da cabine. Quer dizer, o arbitro principal do jogo é o VAR e não ele no campo. Nunca se errou tanto em uma partida quanto ele. Não tem a mínima condição para o ofício.

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> Difícil:

O catarinense Agnaldo Liz terá muito trabalho no Altos, do Piauí. Se não reforçar a equipe, vai dançar rápido. Além do time fraco tem contra si também os dirigentes, que na região gostam de escalar os times.

> Compensação:

Dorival Júnior está bem no Ceará e Gilmar Dal Pozzo faz bom trabalho no Sport de Recife, dentro das limitações.

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