Leiloado na sexta-feira, a concessão do túnel entre Santos e Guarujá será administrada pela iniciativa privada, com participação do setor público no investimento, em modelagem que poderá ser empregada, com variações, em empreendimentos em Santa Catarina, como a Via Mar e o túnel entre Itajaí e Navegantes. O leilão em São Paulo foi vencido pela empresa portuguesa Mota-Engil Latam Portugal. As obras em São Paulo devem começar em 2026. A obra será o primeiro túnel submerso da América Latina.

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O túnel em Santos terá custo de R$ 6,8 bilhões, com R$ 5,14 bilhões divididos entre os governos federal e de São Paulo, com o restante ao encargo da empresa privada. A participação estatal vai adiante: a partir do sexto ano da concessão, em 2031 – quando o túnel entra em operação – o governo de São Paulo fará pagamento de R$ 436 milhões anuais à empresa, com contraprestação.

A futura concessionária venceu a licitação porque ofereceu o maior desconto nessa contraprestação (que tinha valor máximo de R$ 438 milhões). A empresa terá ainda a receita do pedágio. O contrato terá duração de 30 anos. O túnel em Santos terá 1,5 km de extensão, com 870 metros imersos sob o estuário. A travessia no local é feita por meio de balsas ou por via rodoviária, com mais de 40 km de distância.

A estrutura terá três faixas por sentido para veículos, com via exclusiva para VLT e acessos para pedestres e ciclistas. Os blocos de concreto serão fabricados na superfície, para depois serem levados para o fundo do canal de navegação, onde serão conectados. O túnel ficará a 21 metros de profundidade e terá revestimento externo.

Santa Catarina

O túnel em Santa Catarina, também submerso, foi inspirado no empreendimento no litoral de São Paulo. A estrutura entre Itajaí e Navegantes terá 548 metros de extensão, a ser instalada a 29 metros de profundidade. O túnel faz parte de programa de mobilidade regional, em iniciativa do CIM-Amfri, consórcio formado por municípios da região da foz do rio Itajaí. O projeto prevê ainda sistema regional de transporte coletivo e mobilidade em Balneário Camboriú. O governo do Estado vai participar da iniciativa com US$ 24 milhões.

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Ainda neste segundo semestre, será assinado empréstimo de US$ 90 milhões com o Banco Mundial, para uso no programa de mobilidade. Parte dos recursos será utilizada em estudos de engenharia e estruturação da PPP para o túnel. Contrapartidas dos municípios também serão empregadas. No segundo semestre de 2026, deverá ser lançada a PPP, para a contratação de concessionária. O custo do túnel é estimado em US$ 188 milhões (em torno de R$ 1 bilhão).

Via Mar

A implantação da Via Mar, rodovia litorânea com 145 km entre Joinville e a Grande Florianópolis, também terá a participação da iniciativa privada. O governo do Estado está preparando a modelagem, mas já adiantou que poderá iniciar as obras com recursos próprios, com ressarcimento pela concessionária. O plano é iniciar pelo menos um dos cinco lotes em 2026. O empreendimento está em fase de elaboração de projetos. O custo da Via Mar é estimado entre R$ 7,3 bilhões e R$ 9,2 bilhões. Nesse intervalo de estimativas, o investimento supera o previsto para o túnel de Santos.

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