A morte de peixes nas águas da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, tem como causa a ocorrência de uma alga. As análises dos técnicos das amostra recolhidas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apontaram para a Fibrocapsa, considerada perigosa. Esta é a primeira vez que o fenômeno ocorre em Santa Catarina.
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As brevetoxinas produzidas pela Fibrocapsa japonica são um risco ao ser humano, causando sintomas gastrointestinais como náusea, diarreia, vômito e neurológicos, como formigamento, dormência e perda de controle motor.
Por causa disso, foi recomendada a suspensão do consumo de pescados daquela área, do Norte da Ponta das Almas (a Oeste) e do final da Rua dos Coroas, além de outros pontos em que haja presença de animais mortos. Além disso, é desaconselhado que pescadores e mesmo visitantes entrem nas águas. O alerta é do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).
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– Estou muito preocupado com que os técnicos nos disseram. Nem na água a gente deve entrar, e isso vale para pescadores e banhistas – explica José Frutuoso Goés, o seu Zequinha, presidente da Colônia de Pescadores Z-11.
O resultado do laudo deixou os profissionais do mar preocupados. Agora, eles aguardam pela divulgação de um diagnóstico mais aprofundado.
– Além do cheiro muito ruim e cor escura, nós nos deparamos com uma grande quantidade de peixes mortos. A gente sabe que as espécies morreram por falta de oxigenação da água – diz Zequinha.
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Bruno Negri, presidente da Associação de Moradores da Lagoa da Conceição, também está preocupado:
– A Lagoa precisa de um monitoramento profundo para que sejam indicadas ações corretivas. Por sorte, a temperatura baixou e a chuva vai amenizar um pouco o problema causado por esta alga. Mas até quando?
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Ostras e mexilhões precisam de monitoramento
Para o professor Paulo Horta, do Laboratório de Ficologia da UFSC, ocorrências semelhantes em outros países, como a que ocorreu no verão passado, no Chile, não foram boas. O professor defende que deva haver um monitoramento para saber sobre a suspensão do consumo, inclusive de ostras, mas lembra que pesca e aquicultura são dependentes de sistemas saudáveis.
– Algo assim pode comprometer também o extrativismo. Muitas pessoas fazem a extração de mexilhões para subsistência ou para comercializar, e isso precisa ser acompanhado.
Horta acredita que o momento de excepcionalidade exija maior flexibilidade das instituições que fazem esse monitoramento sobre a qualidade da água do sistema, e que seja urgentemente discutido.
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