A ordem que definiu o trânsito em julgado do processo contra o núcleo crucial da tentativa de golpe e determinou o início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos outros seis réus condenados provocou reações no mundo político. Preso preventivamente desde sábado, Bolsonaro vai continuar detido na sala montada na Superintendência da Polícia Federal de Brasília (DF), mas agora para cumprir a pena de 27 anos e 3 meses por participação na trama golpista.
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Os filhos do ex-presidente Bolsonaro se manifestaram saindo em defesa do pai e criticando as decisões do STF que o levaram à prisão. O senador Flávio Bolsonaro fez uma postagem nas redes sociais em que afirma que o pai “vai sair dessa mais forte do que nunca. “A missão do Bolsonaro ainda está longe do fim. ANISTIA, JÁ!”, escreveu o parlamentar, voltando a defender o projeto de lei que perdoe a condenação dos acusados na trama golpista.
O filho “03” do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, também se manifestou após o início da aplicação da pena ao pai. Ele definiu a decisão como “uma bizarrice” e que seria resultado de um julgamento político feito da situação do pai. Por fim, o parlamentar também pressionou o campo político para agir em favor do ex-presidente. “Sem o mínimo potencial para ser um golpe de Estado, aquilo que a história registrará como o golpe da Disney ainda está longe de terminar. Por ter sido um julgamento político, ele instigará o cenário político a mudar e corrigir esta bizarrice alexandrina. Podem anotar”, escreveu.
Os 10 passos que levaram à prisão de Bolsonaro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como pré-candidato à Presidência da República em 2026 como nome do bolsonarismo, também reagiu à decisão que decretou o início da pena de Bolsonaro. O chefe do Executivo disse receber a informação “com tristeza” e que pretende participar das articulações pela anistia. Também defendeu que Bolsonaro deveria cumprir a pena em prisão domiciliar, em razão do estado de saúde. Tarcísio afirmou que Bolsonaro está “doente e fragilizado” e negou que pretenda ser candidato a presidente ano que vem.
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“Eu recebo sempre com muita tristeza, porque confio muito na inocência do presidente. Trabalhei com o presidente, conheci o presidente, sei da boa intenção, do bom propósito. Uma pessoa que sempre procurou fazer o melhor”, disse.
Lideranças catarinenses também se posicionaram. O senador bolsonarista Jorge Seif também afirmou haver uma “perseguição política” contra Bolsonaro e que ele teria sido condenado “por ideologia”. “Essa prisão é a prova de que o país vive sob um sistema que persegue quem ousa enfrentar o poder”, escreveu.
Condenado e preso
Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe após as eleições de 2022. A pena foi definida ao final do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 11 de setembro deste ano. Nesta terça, o caso transitou em julgado, ou seja, não cabem mais recursos.
A prisão preventiva foi decretada por Moraes no sábado (22), depois de Bolsonaro violar a tornozeleira eletrônica que usava em prisão domiciliar, e por apresentar risco de fuga.
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