Quando os dias são todos iguais, o tempo parece não passar. No entanto, quando a rotina é intensa, sentimos que as horas voam. Afinal, o tempo passa rápido ou devagar? O que é importante hoje, continuará sendo amanhã? Para valorizar a história e as memórias do tempo presente, o Colégio Santa Rosa de Lima encontrou uma forma especial de comemorar seus 120 anos: uma cápsula do tempo.
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Idealizado pelo Coordenador de Marketing da Instituição, Diogo Schimitz e aplicado pelas professoras de Língua Portuguesa Jennifer de Lima Cardozo Dias e Luciana Dalla Pozza, o projeto tem como principal objetivo preservar a história da escola, dos estudantes e de toda a comunidade escolar. Os alunos do sexto e sétimo ano do ensino fundamental redigiram cartas endereçadas a eles mesmos no futuro e só irão recebê-las em cinco anos, quando estiverem finalizando o ensino médio.
No entanto, mesmo que as primeiras cartas inseridas na cápsula do tempo foram produzidas pelos estudantes da escola, toda a comunidade pode participar do projeto e receber os relatos do “eu do passado” quando ela for aberta, em 2026. Para fazer parte, basta escrever a carta e enviar para o endereço do colégio, rua Lauro Muller, 444, Centro, Lages – SC, 88501-130.
— Esses relatos ficarão congelados durante cinco anos, dentro da cápsula do tempo e serão entregues, em 2026, aos respectivos escritores, pelo endereço do remetente inserido no documento — destaca a professora Jennifer.
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O projeto foi apresentado à comunidade na exposição “Construindo o Futuro”, que contou com a leitura de cartas dos alunos e uma apresentação de dança na cerimônia de abertura, em 7 de agosto. Fabricada em aço inox e vedada hermeticamente, a cápsula ficará no colégio, em uma redoma de vidro, até a data de sua abertura.
Veja o vídeo da abertura da exposição:
Atividade de reflexão
Segundo a professora Jennifer Dias, que atua há três anos na escola, os alunos ficaram bastante entusiasmados com a proposta da atividade.
— A elaboração das cartas trouxe momentos fantásticos dentro da sala. Todos ficaram eufóricos com a ideia de pensar sobre o futuro acadêmico, amizades e desejos. E isso permitiu que eles se desvinculassem um pouco das coisas ruins do mundo e refletissem mais sobre as felicidades que desejam para a vida — conta.
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Contudo, a cápsula não é apenas sobre receber a carta no futuro, e sim um exercício de reflexão para os estudantes.
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— Vivenciamos, nos anos de 2020 e 2021, muitos momentos tristes, e em algumas famílias essas situações ainda persistem. A proposta de desenvolver uma carta para si mesmo está muito mais relacionada a esperanças do que previsões. Os alunos abraçaram a ideia justamente pelo propósito de acreditar, esperar e aguardar ansiosamente períodos mais felizes, não só para eles, mas para todo mundo — avalia a professora.
Ainda para Jennifer Dias, mais do que o resultado, o que vale é o processo. Quando os alunos receberem suas cartas em 2026, poderão refletir sobre o caminho que os levou até ali, recordar bons momentos, amizades, professores que fizeram parte de suas vidas, conquistas pessoais e familiares.
120 anos de história

Além de preservar e valorizar a memória dos estudantes, professores e de toda a comunidade escolar, o Colégio Santa Rosa de Lima também comemora a sua própria trajetória. Nos últimos 120 anos, a escola esteve presente na vida de muitos lageanos e faz parte da história da cidade. Fundado em 1901 pelas Irmãs da Divina Providência, quando Lages ainda era uma vila e se chamava Nossa Senhora dos Prazeres das Lagens, o colégio passou por muitas transformações, e hoje é referência em educação infantil, ensino fundamental e médio na região Serrana.
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Quem viu muitas dessas mudanças foi o coordenador do departamento de Educação Física da escola, José Judas Tadeu Ribeiro: ele começou a trabalhar no Colégio Santa Rosa em 1º de setembro de 1980, quando a escola primária era frequentada apenas por meninas, e é o colaborador mais antigo da escola.
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— Apesar de seus 120 anos, a escola é uma instituição que acompanha e se adequa às transformações da sociedade. Uma das primeiras que eu vi foi as turmas gradualmente passando a ser mistas, com alunos e alunas na mesma classe — conta o coordenador.
Tadeu foi técnico da equipe de vôlei da escola entre os anos de 1980 e 2011, e recebeu, em março de 2015, o título de Emérito pelos serviços prestados ao voleibol brasileiro da Confederação Brasileira de Voleibol. Além desse reconhecimento, ele viu a escola participar com sucesso de eventos esportivos e ser campeã em todas as categorias na Federação Catarinense de Voleibol. Mais recentemente, ele avalia que a escola soube superar os obstáculos que a pandemia impôs, sem causar prejuízo aos alunos
— A direção e a coordenação, sempre muito atuantes, assimilaram rapidamente o golpe. Saímos vitoriosos, dando aos alunos todas as condições para estudar por meio de plataformas e aulas online — explica Tadeu.
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Assim como outros professores e membros da comunidade escolar, Tadeu também participa do projeto da cápsula do tempo e conta que escreveu uma carta para si mesmo. A mensagem que deixou é sobre como espera que, nos próximos cinco anos, tenhamos superado a pandemia e todas as tristezas que esse momento trouxe. Esse exercício de reflexão sobre o passado e o futuro levam também a pensar sobre a atuação na escola e, após mais de quatro décadas fazendo parte do colégio, Tadeu se orgulha de sua história.
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— É motivo de muito orgulho passar 41 anos em uma escola como o Colégio Santa Rosa, e uma satisfação imensurável olhar para trás e ver o quanto você colaborou para que ele se tornasse uma escola completa em todos os níveis — finaliza.
Acesse o site do Colégio Santa Rosa e leia mais sobre a instituição.
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