As famílias dos dois homens que seguem desaparecidos após barco pesqueiro virar no litoral de Santa Catarina afirmam estar sem notícias há três dias sobre as buscas feitas pela Marinha e o Corpo de Bombeiros em alto mar. Alisson da Silva Santos e Diego Silva de Brito desapareceram na última sexta-feira (16).

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Outros seis tripulantes da embarcação foram resgatados, cinco deles em uma pequena balsa inflável, e outro encontrado flutuando com duas boias em meio ao mar depois de quase dois dias à deriva. Foi o resgate do sexto pescador a última informação que ambas as famílias receberam sobre as buscas pelas vítimas ainda desaparecidas.

— Muita tristeza, é um sentimento de angústia. A gente foi esquecido, não temos informações sobre as buscas. O que a gente fica sabendo é o que está saindo nos jornais, não sabemos se seguem procurando, se já terminou as buscas. Não tem auxílio, não tem passo a passo, nem o que está acontecendo — conta um primo de Diego.

Karine, esposa de Alisson, também afirma não receber notícias e atualizações desde o último domingo (18) sobre as buscas pelo marido.

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— A gente recebe mensagens de pessoas, mas nada confirmado. A última coisa que recebemos foi sobre o sexto resgatado, e mais nada — afirma.

Como foi o resgate dos tripulantes de barco naufragado no litoral de SC

A Marinha afirmou que “todos os dias tem saído notas de informações sobre as buscas” e que “além de serem enviadas para as famílias, a imprensa tem publicado as atualizações”. Questionada sobre como o envio tem sido feito, o órgão afirma ser via telefone.

“Formalmente é uma vez por dia, mas para as famílias é sempre respondida a atualização do momento. As buscas são realizadas de forma contínua por navio na área e, claro, caso sejam encontrados, serão de prontos informados”, escreveu em nota.

Quem são os dois tripulantes desaparecidos

Alisson e Diego trabalhavam em alto mar há pouco mais de um dia quando o barco virou. Alisson é natural de Paraíba e se instalou em Santa Catarina para trabalhar com a pesca em 2017. Junto com Karine ele forma uma família de quatro pessoas: duas filhas, uma delas menor de idade.

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Vídeo mostra resgate de tripulantes do barco que naufragou em SC

— [Quando ele chegar] eu vou cuidar dele, trazer ele pra nossa casa, nossa princesa tá morrendo de saudades dele. Quero dizer que ele é um ótimo marido, pai, amigo, tudo. Um homem honesto, que ajudava a todos, de coração puro e que nunca deixou faltar nada para a família — completa.

Diego é natural da cidade de Rio do Fogo, no Rio Grande do Norte, e está em Santa Catarina há anos. Familiares também residem no Estado, porém, em regiões distintas.

— Uma pessoa muito boa, batalhadora da vida, de boa índole e boa conduta. Oro todos os momentos para que ele volte para casa, independente de qual forma seja — desabafou o primo.

Barco virou

O barco “BP Safadi Seif” virou na noite de sexta-feira (16), durante a passagem de um ciclone pela costa catarinense. A Capitania dos Portos em Santa Catarina iniciou buscas aéreas no primeiro local indicado do desaparecimento, a cerca de 40 quilômetros da costa de Garopaba, no Litoral Sul. Inicialmente, a informação era de que 12 pessoas estavam a bordo. Em nota divulgada no sábado (17) foi confirmado que se tratavam de oito tripulantes.

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Segundo o Corpo de Bombeiros (CBMSC), antes de virar, a embarcação havia passado duas informações: uma automática — do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS), e outra dizendo para onde eles pretendiam se deslocar para pescar. Como a distância entre esses dois pontos era grande — de cerca de 129 quilômetros — as equipes ampliaram a área de buscas.

Depois disso, uma atualização das equipes de resgate informou que a última localização confirmada da embarcação havia sido a uma distância de aproximadamente 160 quilômetros da costa. Em seguida, a Força Aérea Brasileira e o serviço de busca e salvamento da Marinha (Salvamar) também foram acionados para fazer buscas na região.

Na segunda (19), com a localização do barco, o comando do 5º Distrito Naval informou que a embarcação virou de cabeça para baixo, ou seja, emborcou, em vez de ter afundado, o que configuraria um naufrágio.

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