O filhote de sucuri impressiona e gera dúvidas. Primeiro pelo tamanho. O filhote de sucuri já nasce com aproximadamente 60 centímetros de diâmetro e um metro de comprimento. Outro aspecto curioso diz respeito ao fato de o filhote de sucuri não contar com os cuidados da mãe, logo após seu nascimento. É que eles já nascem auto-suficientes.
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As sucuris são vivíparas, o que significa não botar ovos. Por isso, o filhote de sucuri desenvolve-se dentro do corpo da mãe, de onde sai pronto para a vida.
O filhote de sucuri nasce na água
Além disso, uma sucuri pode gerar de 20 a 100 filhotes por gestação. A depender da espécie, a gestação de um filhote de sucuri tem duração de seis meses. No topo da cadeia alimentar, a sucuri atinge a maturidade sexual por volta dos seis anos de idade. E pode viver até os 30 anos.
No entanto, muitas morrem antes disso, por volta dos 10 anos, justamente pela ação predatória do ser humano. Há quatro espécies de sucuri no mundo, todas pertencentes à família Boidae e ao gênero Eunectes. São elas:
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- Eunectes murinus: sucuri-verde ou anaconda;
- Eunectes notaeus: sucuri-amarela ou sucuri-do-pantanal;
- Eunectes beniensis: sucuri-de-bene;
- Eunectes deschauenseei: sucuri-malhada.
Três destas quatro espécies são encontradas no Brasil. De acordo com especialistas, a sucuri-de-bene é a única sem registros em biomas brasileiros, até hoje. No entanto, pode ser observada na Bolívia.
Sucuri-preta, a maior espécie
A sucuri-preta também é chamada de sucuri-verde. Sem dúvida, esta é a maior espécie de sucuri do mundo, com machos atingindo cerca de 3,5 metros de comprimento. E fêmeas podendo atingir incríveis seis metros.
De acordo com especialistas, essa espécie, também conhecida por anaconda, pode atingir tamanhos muito maiores. Porém, ainda não há consenso a respeito do tamanho máximo real da espécie.
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No Brasil, essa espécie é encontrada em todas as regiões, de norte a sul. Os maiores exemplares são observados na Amazônia, pois nesta região encontra-se o habitat perfeito para a sobrevivência dessas serpentes.
O interessante é que essa espécie se reproduz durante a estação seca da região. E a reprodução ocorre em um sistema de agregação, conhecido como bolo de reprodução.
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Como funciona esse sistema?
O sistema de agregação se explica pelo fato de que, durante o período reprodutivo, machos são atraídos pela fêmea e se enrolam ao redor dela. Nesses bolos de reprodução, observa-se uma fêmea com até 13 machos. O acasalamento pode durar semanas. E a gestação da sucuri-preta dura, em média, em torno de 203 dias.
Os desenhos de seu corpo — do pescoço até o rabo — lembram a letra “O”. Sua face possui dois riscos laterais: um deles surge do olho e o outro, da parte de cima da cabeça. A sucuri-preta costuma dar o bote de um modo estratégico. Ela consegue ter a percepção de suas presas pelo calor e o bote é dado em poucos segundos e em silêncio.
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Se a sucuri-preta ou sucuri-verde é a maior da espécie, a sucuri-malhada ou sucuri-do-pantanal é a menor de todas. Com machos apresentando cerca de dois metros e fêmeas com três metros.
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Características e hábitos da sucuri
A sucuri é uma das maiores serpentes não peçonhentas do mundo. Já no Brasil, ela é considerada a maior de todas. É chamada também de anaconda, sururiju, viborão e boiaçu. Seu tamanho médio varia entre 4 e 6 metros de comprimento. Pesa entre 30 a 90 quilos.
Para se ter uma ideia, a sucuri verde é a maior espécie de serpente do mundo em volume corpóreo. Apesar de não ser a maior em comprimento, ela pode atingir mais de seis metros de comprimento. Atualmente, a píton-reticulada é considerada a maior serpente do mundo em comprimento, podendo atingir sete metros.
A sucuri tem um corpo verde-escuro, com manchas ovais pretas, amarelada ou malhada. Os olhos e narinas estão no alto da cabeça, para que possa ver e respirar enquanto nada. De hábitos noturnos, a sucuri é um bicho solitário.
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São mais frequentes em ambientes da Amazônia e do Cerrado, particularmente porque sua camuflagem é mais eficiente nessas regiões. Mesmo não tendo presas inoculadoras de veneno, as sucuris possuem uma mordida que pode provocar dor e até infecções.
Além disso, passa grande parte do seu tempo na água, onde atinge bem mais velocidade que ao se rastejar na terra. Submersa, ela aguarda a presa pacientemente, mantendo apenas o focinho sob a superfície.
Quando um animal passa por perto dela ou estaciona para beber água, por exemplo, a sucuri o agarra com uma mordida e se enrola em torno do corpo da vítima. Assim, o mantém apertado até que sufoque ou afogue. O mesmo pode ocorrer fora da água, mas claro, sem a parte do afogamento.
Grande força muscular e agilidade na água
No entanto, matam suas presas por constrição. Elas utilizam os próprios músculos de seu corpo, para espremer a presa. O aperto interrompe o fluxo sanguíneo de modo que o oxigênio não seja levado aos órgãos vitais.
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Isso provoca o que se conhece como isquemia. Se a serpente se enrolar na região do peito da presa, pode, sim, também dificultar a sua respiração. Cabe mencionar que as sucuris possuem grande força muscular e são muito ágeis na água, mas deslocando-se lentamente em terra firme.
Mas não se engane. Ainda que sejam animais de grande porte, as sucuris também possuem predadores, como jacarés e o próprio ser humano.
Nesse contexto com um outro agravante, pois além de as matarem, as pessoas destroem seu habitat e causam a redução das presas naturais das sucuris. Isso afeta diretamente a preservação dessa espécie na natureza.
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Onde vivem e do que se alimentam as sucuris
A sucuri pode ser encontrada nas bacias dos principais rios brasileiros, como a do Paraguai, a do Baixo Paraná, incluindo o Pantanal e Tietê.
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A alimentação de sucuri é essencialmente de uma espécie carnívora. Por isso, come peixes e rãs. Mas não é raro ver uma sucuri caçando animais que vão beber à margem dos corpos d’água, como capivaras, antas e veados.
Mesmo assim, são consideradas generalistas em relação ao que comem, sendo observados diferentes animais em sua dieta. Alimentam-se dos mais variados tipos de animais, como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Algumas vezes, em busca de alimentação, a sucuri pode invadir fazendas ou casas para predar galinhas e outros animais de estimação. As maiores sucuris são capazes de engolir um bezerro, por exemplo. Entretanto, não há nenhum caso comprovado sobre ataques a seres humanos.
Uma curiosidade interessante é que como a digestão da sucuri é lenta, depois de se alimentar, ela passa muito tempo descansando ao sol. Se for necessário, a espécie pode sobreviver mais de um ano sem se alimentar.
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Por defesa, a sucuri também pode morder qualquer pessoa que se aproxime, quando não pode fugir nadando.
Incidência da espécie vem diminuindo
É importante observar que há diferenças entre as quatro espécies de sucuri. No entanto, elas compartilham algumas características em comum. As sucuris vivem grande parte do tempo na água de rios, pântanos e lagos. Por isso, têm hábito semiaquático. Geralmente, elas são vistas em ambientes rasos e cobertos por vegetação aquática.
Outra característica partilhada entre elas é que não são peçonhentas. Sim, diferentemente do que muitos acreditam, as sucuris não inoculam seu veneno. Apesar de sua mordida ser bastante dolorosa, ela não provoca a morte por envenenamento, por exemplo.
Mesmo não sendo uma cobra peçonhenta, a incidência da espécie vem diminuindo a cada dia. Muito em razão da destruição do seu habitat natural, da poluição dos mananciais e da caça predatória.
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Diferença entre sucuris e outros tipos de cobra
É comum algumas pessoas acreditarem que há diferenças entre serpente e cobra. Mas não existe qualquer diferença entre os dois nomes. Cobra e serpente significam a mesma coisa, mesmo sendo venenosa ou não. A diferença entre os dois termos está relacionada apenas à família que estes animais pertencem.
Quando falamos da sucuri em relação a outras cobras, podemos citar o exemplo da jiboia. A principal diferença entre elas é que a sucuri apresenta hábitos preferencialmente aquáticos, apesar de também deslocar-se pela terra.
Já a jiboia possui predominantemente hábitos terrestres. Elas costumam se deslocar em cima de folhas que ficam caídas no chão da mata, mas também andam por arbustos e árvores, principalmente para descansar.
Outra diferença marcante entre a sucuri e outras cobras refere-se ao grupo de peçonhentas e venenosas.
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As cobras peçonhentas possuem algum mecanismo para injetar o veneno no organismo de outro animal. Como exemplo, pode-se citar: jararaca, coral, cascavel e surucucu. Já as venenosas, são cobras que produzem veneno, mas que não tem um mecanismo inoculador para espalhá-lo. São exemplares venenosos a jiboia e sucuri.
Outra diferença entre a sucuri e as cobras peçonhentas está no ataque às vítimas. Quando intimidadas, as peçonhentas costumam atacar. Já a sucuri mata suas presas ao enrolar-se a elas e as esmagando.
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