Estreitamente endêmica da Mata Atlântica subtropical, a Ludwigia humboldtiana (Onagraceae) foi localiza em Corupá, no Norte de Santa Catarina, e descrita pela primeira vez em 2020. A espécie habita rochas úmidas ao longo das margens dos rios, em locais permanentemente úmidos devido a constantes respingos e é aparentemente resistente a inundações ocasionais.

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O nome da planta faz uma homenagem ao explorador, geógrafo e naturalista alemão Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander von Humboldt (1769-1859), que foi originalmente homenageado pelo nome de Hansa Humboldt, o nome original município catarinense onde foi encontrada a nova espécie.

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A população da nova espécie está localizada na área de proteção ambiental da Reserva Particular do Patrimônio Natural Emílio Fiorentino Battistella. O estado de conservação da planta é considerado criticamente ameaçado de extinção e tem área confirmada de ocupação de menos de 2 km2, com apenas uma população conhecida. 

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Segundo os pesquisadores que encontraram a espécie, a Ludwigia humboldtiana ocorre na mesma localidade e ambiente que o endêmico Plantago humboldtiana, o que demonstra a grande importância deste habitat para a conservação da biodiversidade.

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A seguir, você confere mais detalhes sobre a Ludwigia humboldtiana:

Novas plantas endêmicas foram descritas nos últimos anos no Estado. A série “Flores de SC” mostrará ao longo de junho algumas destas espécies.
LUDWIGIA HUMBOLDTIANA
Localizada em 2020, cresce exclusivamente ao longo do Rio Humboldt, na Rota das Cachoeiras, em Corupá. Se desenvolve especialmente próxima à última cachoeira, em uma área de ocupação de menos de dois km2, com apenas uma população conhecida.
ONDE FOI REGISTRADA
Corupá
GÊNERO LUDWIGIA
82
45
20
espécies
no mundo
espécies
no Brasil
espécies
em SC
A PLANTA
Habita rochas ao longo das margens dos rios, em locais permanentemente úmidos, sendo suscetível
(e aparentemente resistente) a inundações.
Até 95 mm
Ramos alados
A principal distinção são os ramos alados, que permitem melhor aproveitamento da luz solar.
Alas
Os caules possuem quatro fileiras de alas, que auxiliam na realização da fotossíntese.
40 mm
Vida breve
As flores possuem quatro pétalas de cor amarela, que se abrem pela manhã e ao final do dia já estão mortas.
Crescimento
Apresenta grandes touceiras e um crescimento rasteiro, com ramos compridos por onde vão se desenvolvendo raízes.
Pólen grudento
O pólen dessas plantas apresenta filamentos de viscina que une os grãos e os torna mais pegajosos, facilitando o transporte pelos insetos.
pólen
filamentos de viscina
FORMAÇÃO DO FRUTO
A flor é polinizada por abelhas e mamangavas.
Após as pétalas caírem, o ovário começa a inchar.
Após cerca de 30 dias, o fruto está maduro.
São milhares de sementes com a capacidade de boiar na água, o principal dispersor.
2,5 cm
ovário
INFOGRAFIA: Ben Ami Scopinho, NSC Total
FONTE: Luís Adriano Funez, consultor em curadoria do Herbario Barbosa Rodrigues, em Itajaí, e doutorando na UFSC, onde trabalhou no projeto Peld-Bisc.

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