O consumidor pode ficar confuso com o entra e sai de marcas chinesas no Brasil. Desta vez fomos conhecer a Geely, que começa a vender oficialmente hoje o elétrico EX5.
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Para quem não sabe, a Geely faz parte de um dos maiores conglomerados automotivos mundiais. O grupo detém não apenas a Geely Auto, como a Zeekr, Volvo, Lotus e Smart, entre outras marcas. Possui 12 fábricas, cinco centros de P&D em várias cidades e quatro estúdios de design globais em diferentes países. Em 2024, suas marcas venderam mais de 2,17 milhões de veículos, um aumento de 32% em relação ao ano anterior.
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A marca anunciou sua chegada ao Brasil no início do ano, por meio de uma parceria com a Renault. A relação vem de 2023, quando a Geely e a Renault criaram a joint venture Horse Powertrain Limited, focada em soluções de motorização a combustão e híbridas, com operações globais.
No Brasil, a partir de 2025, a parceria se ampliou e permitiu que a Geely se tornasse acionista minoritária da Renault local, facilitando produção e venda de veículos eletrificados com suporte da infraestrutura e rede de concessionárias da Renault, incluindo o uso da fábrica brasileira. O planos ainda não foram detalhados, e por enquanto a marca quer trabalhar sua imagem de forma desvinculada.
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Depois de uma passagem sem sucesso pelo Brasil, entre 2014 e 2016, a Geely vendeu pouco mais de 1.200 carros – o sedã EC7 e o subcompacto GC2. À época, a marca foi trazida pelo grupo Gandini, o mesmo que importa há décadas os modelos Kia.
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Mas agora a história é outra, até mesmo nos produtos: a Geely não vem por meio de importador e seus carros deram um salto tecnológico.
EX5 e a busca pela eficiência aerodinâmica
O novo EX5 que chega ao mercado já impacta pelo visual, que se destaca pela aerodinâmica eficiente (possui cx de apenas 0,269). A grade frontal ativa (aletas que abrem e fecham para reduzir o arrasto) e maçanetas embutidas, além de faróis de led curvados que remetem às asas de um avião.
As linhas laterais com vincos na parte inferior das portas conferem dinamismo, enquanto a traseira apresenta um spoiler integrado e lanternas com 274 leds que criam um efeito 3D. Conforme a versão pode ter rodas de até 19”.
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Com 4,61 metros de comprimento, o design é subjetivo, mas a impressão que dá é que o EX5 tem formas aerodinâmicas, porém genéricas. O logotipo da Geely, representado por um conjunto gráfico de seis quadrados, é o que o distingue de outros chineses menos conhecidos no mercado.
Motor e autonomia de bom tamanho
O Geely EX5 é um SUV médio 100% elétrico com motor de 218 cv e 32,6 kgfm de torque. Em sua versão Pro, acelera de 0 a 100 km/h em até 6,9 segundos, com velocidade máxima de 180 km/h e oferece modos de condução Eco, Normal e Sport.
A bateria com capacidade de 60 kWh entrega autonomia de até 413 km. O conjunto permite recarga rápida de 30 a 80% em 20 minutos com carregador de 100 kW, além de completar uma recarga de 10 a 100% em 6 horas com wallbox de 11 kW.
Um detalhe: por trazer sistema de segurança Adas, a versão Max oferece autonomia menor, de acordo com o Inmetro o SUV faz até 349 km – uma diferença de 70 km para a versão Pro.
O EX5 também conta com funções de Vehicle to Load (V2L de 3,3 kW, fornece energia para equipamentos) e Vehicle to Vehicle (V2V) de 6 kW.
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Seu espaço interno equivale, de fato, ao de um SUV do segmento D, graças à distância entre-eixos de 2,75 metros. O porta-malas tem capacidade para 461 litros, podendo chegar a 1.877 litros com os bancos rebatidos. Na versão Max, a tampa traseira conta com acionamento elétrico e cinco níveis de ajuste de abertura.
Durante avaliação, o desempenho do EX5 agradou sem flertar com esportividade. É um elétrico silencioso, fácil de conduzir e com um acerto de suspensão mais voltado ao conforto.
Por dentro, luxo e conforto
Internamente, o EX5 entrega um design limpo e minimalista, com materiais de boa qualidade, detalhes de madeira e espaço confortável, complementados por uma grande tela de 15,4” e um painel digital de 10,2”. A iluminação ambiente conta com 256 opções de cores e a versão top possui teto solar panorâmico.
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Os bancos dianteiros têm camadas com a função Zero Sensation para aliviar a pressão corporal. O do motorista regulável elétrica de série, enquanto a versão Max inclui ajustes elétricos para o passageiro, apoio de perna, funções de memória, ventilação e massagem (seis modos). O banco traseiro reclina até 35 graus.
Só versão topo tem Adas
Para a segurança, a versão Max traz 13 sistemas avançados de assistência ao motorista (Adas), como frenagem automática de emergência, controle de cruzeiro adaptativo e inteligente, alertas de colisão e tráfego cruzado, reconhecimento de placas, assistência de faixa, ponto cego, mudança de faixa e segurança na abertura das portas.
O sistema de visão 360 graus padrão conta com faróis de led com iluminação de até 177 metros e controle inteligente do facho de luz. Em segurança passiva, conta com seis airbags e estrutura de 80% de aços de alta resistência. O veículo recebeu a classificação máxima de 5 estrelas no teste de segurança Euro Ncap.
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A versão Max ainda oferece um head-up display de 13,8”, carregador de smartphone sem fio de 15 watts com aviso de esquecimento, e interação por voz com a assistente “Olá, Geely!”, que entende até 200 comandos em 10 idiomas.
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O aplicativo permite controle remoto, planejamento, monitoramento e rastreamento do veículo, além de atualizações via sistema OTA. O sistema de som Flyme Sound na versão Max possui 16 alto-falantes, um subwoofer independente e potência de 1.000 watts.
Preços e concorrência
O Geely EX5 chega ao mercado brasileiro com preços de R$ 205.800 para a versão Pro e R$ 225.800 para a Max. Os preços são competitivos em relação até aos SUVs a combustão interna, uma boa estratégia para a Geely chamar a atenção e entrar no mercado.
Entre os concorrentes elétricos o principal é o BYD Yuan Plus, por R$ 235.800, oferece 204 cv e menor autonomia, de 294 km.
O Omoda E5, por R$ 201 mil, também conta com motor de 204 cv e 345 km de alcance. O GAC Aion V, outra marca novata, sai por R$ 215 mil, e seu motor de 204 cv tem menos força (24,5 kgfm de torque) e 389 km de autonomia.
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O Renault Megane E-Tech, mais elevado, custa cerca de R$ 280 mil, com 220 cv e autonomia de 337 km, enquanto o Volvo EX30, a partir de R$ 230 mil com 250 km de autonomia, destaca-se no segmento de compactos premium.
O Geely EX5 também pode brigar com híbridos plug-in, como o GWM Haval H6 PHEV que na versão com bateria de 19 kWh sai a R$ 245 mil.
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Mas como em outros casos de elétricos, em muitos casos eles são escolhidos por donos de Jeep Compass (que custa R$ 252 mil na versão S T270) e Toyota Corolla Cross Hybrid a R$ 219.890.
Por enquanto, a Geely vai ter de se esforçar como nova marca e expandir sua rede. Hoje a chinesa está em 22 pontos de venda dentro de shopping centers do sul ao nordeste. O plano até o fim do ano é abrir 23 concessionárias em 18 cidades. O pós-venda contará, em princípio, com o apoio da rede Renault.
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Na divulgação de lançamento, a Geely aposta na fama e credibilidade do casal Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert como embaixadores da marca.
Preços competitivos e produto de qualidade a Geely mostra que tem, mas a construção de uma rede robusta e sólida, com a ajuda da Renault, são fundamentais para ganharem o mercado e a confiança do consumidor.
Por Lucia Camargo Nunes da @viadigitalmotorsoficial
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