Assuntos polêmicos devem marcar a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa na terça-feira (23). Será o primeiro encontro do tipo no segundo mandato de Donald Trump, que possivelmente vai se encontrar com o presidente Lula (PT).

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O primeiro a discursar será Lula, a partir das 10h. É tradição que o representante do Brasil seja o primeiro a falar. Em seguida, Donald Trump deve ser o segundo. O encontro reúne autoridades dos 193 países que integram a ONU, sendo solicitado um limite de 15 minutos de fala por representante.

O principal encontro é chamado de Debate Geral e começa nesta terça-feira. Países participantes trazem um discurso para apresentar o ponto de vista sobre a situação global. Com isso em mente, confira alguns assuntos que devem marcar a Assembleia Geral da ONU.

O que será tratado na Assembleia Geral da ONU

Crise diplomática entre EUA e Venezuela

As tensões com os Estados Unidos devem ser tratadas pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil. Os países vivem um momento de crise diplomática desde agosto, quando os EUA enviaram navios de guerra ao Mar do Caribe, na costa da Venezuela.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, alegou repetidamente que os EUA tentam tirá-lo do poder. Já o governo norte-americano afirmou que o envio de tropas para a região teria como objetivo combater o tráfico de drogas.

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Reconhecimento da Palestina

O reconhecimento do Estado Palestino também deve marcar o encontro. Sendo alvo de debate há anos, o assunto ganhou destaque depois da ofensiva israelense em Gaza, iniciada em 2023. Na época, terroristas do grupo Hamas invadiram o território de Israel e mataram cerca de 1,2 mil pessoas. Já a ofensiva israelense resultou na morte de 68 mil pessoas. Apenas nesse domingo (21), Austrália, Reino Unido, Canadá e Portugal anunciaram o reconhecimento do Estado Palestino — eles se juntam a mais de 140 países que já fizeram o mesmo, incluindo o Brasil.

Guerra na Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai tentar reforçar o apoio global ao país durante a guerra com a Rússia, que dura mais de três anos. É esperado algum posicionamento de Donald Trump quanto ao assunto, como sanções ou medidas contra o presidente russo, Vladimir Putin. Os Estados Unidos integram o Conselho de Segurança da ONU, que deve realizar uma reunião sobre o assunto na próxima semana.

Cessar-fogo em Gaza

Prestes a completar dois anos de conflito, um cessar-fogo em Gaza deve ser amplamente discutido durante o encontro dos líderes globais. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve discursar mesmo procurado pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra e contra a humanidade na região. Na última semana, tropas israelenses lançaram um novo ataque à Gaza, que enfrenta uma crise humanitária.

Guerra tarifária entre Brasil e EUA

O presidente Lula deve fazer um discurso que vai abordar soberania nacional, reforçando as posições do país quanto à guerra tarifária entre o Brasil e os Estados Unidos. O país enfrenta tarifas impostas pelos norte-americanos, vistas como tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal. É esperado que Lula envie recados diplomáticos por meio dos discursos.

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Questões climáticas

O presidente Lula deve cobrar mais empenho na preservação do meio ambiente e na transição energética. Como anfitrião da COP30, que ocorre em novembro, o Brasil procura financiamento de países ricos para proteger a Amazônia. O discurso também deve reafirmar a soberania dos países amazônicos na segurança da região.

Possível encontro entre Lula e Trump

Os presidentes Lula e Donald Trump podem se encontrar pessoalmente durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Os líderes do Brasil e Estados Unidos, respectivamente, vivem um período de crise diplomática.

Havia expectativa de que Lula e Trump se encontrassem em junho, durante a cúpula do G7 no Canadá. No entanto, os presidentes não cruzaram caminhos, visto que o presidente dos EUA havia deixado o evento do encerramento com objetivo de se dedicar ao conflito no Irã.

Agora, é esperado que ambos se encontrem, mesmo que não exista reunião bilateral confirmada. Uma antessala para os presidentes poderia ser acessada pelos líderes, segundo fontes próximas à delegação do Brasil. Apesar disso, ainda não há confirmação de que os presidentes se cruzarão.

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*Sob supervisão de Giovanna Pacheco
**Com informações do g1

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