A esta altura dos acontecimentos, quando os escândalos na negociação de vacinas se multiplicam feito coelhos nos porões do Ministério da Saúde, uma pergunta intriga os brasileiros e continua sem resposta: o que falta para a prisão do general Eduardo Pazuello, que mandava na pasta enquanto os mais absurdos trambiques envolvendo a compra de imunizantes eram tramados?
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Pazuello, que comandou o Ministério da Saúde durante 10 meses, no ápice da maior crise sanitária que o país já enfrentou, coleciona omissões e negligências. Defendeu e investiu dinheiro público em remédios sem eficácia contra Covid-19. Promoveu tratamento precoce em Manaus enquanto as pessoas morriam sem oxigênio. Demorou a comprar vacinas – e, como fica cada vez mais claro, deixou que a vida dos brasileiros fosse negociada em tenebrosas transações.
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Não bastasse o conjunto da obra, Pazuello mentiu quando confrontado com os fatos na CPI da Covid. Quem não lembra do tom altivo que usou para dizer aos senadores que, como ministro, não podia negociar vacinas? O general de três estrelas parecia, ali, o paladino da ética no serviço público. Uma empáfia que desmoronou com o vídeo, descoberto pela Folha de S. Paulo, em que ele mesmo prometeu a uma empresa de Itajaí a compra de 30 milhões de doses da Coronavac, três vezes mais caras do que as vacinas compradas do Instituto Butantan. Sim, ele negociava vacinas – mas com intermediários e fora da agenda oficial.
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Não por acaso, no processo por improbidade administrativa instaurado no fim de junho contra Pazuello, o Ministério Público Federal o acusa de uma gestão “gravemente ineficiente e dolosamente desleal (imoral e antiética)”. A sucessão de erros de Pazuello, o general especialista em logística, aprofundou a tragédia brasileira na pandemia. Quantos poderiam ter se salvado se o Ministério da Saúde tivesse adotado uma gestão puramente técnica? Quantos estariam vivos se a compra das vacinas tivesse sido feita a tempo e com lisura?
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Ainda que Pazuello não tenha participado diretamente das tentativas de falcatrua, é dele a responsabilidade pelos absurdos patrocinados por seus comissionados. Cargos de sua confiança. Sem apelar para o punitivismo, é necessário que o general responda pelo rastro de dor e morte que sua gestão relegou ao Brasil.
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