O veto do presidente Jair Bolsonaro a um item básico de higiene feminina, o absorvente, fez levantarem-se as bandeiras dos fiscais do gasto público. “Tirar dinheiro de onde?”, ecoou logo pelas redes sociais. A deputada catarinense Caroline de Toni (PSL) chegou a sugerir, em tom de chacota, a criação de um novo imposto, cobrado somente de quem apoia a ideia de distribuir absorventes para meninas e mulheres pobres.

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A precariedade menstrual, alvo do veto de Bolsonaro, expõe meninas à evasão escolar e a doenças, causadas pela tentativa de improvisar absorventes com jornal, papel e até miolo de pão. É uma questão de saúde e dignidade, uma bandeira que tem sido levantada por organismos internacionais como o Unicef. Não tem cor ou bandeira ideológica, e poderia, inclusive, ter sido abraçada pelo governo como forma de demonstrar preocupação genuína com a pobreza no Brasil. Só que não.

Moisés prepara decreto para distribuição de absorventes e combate à pobreza menstrual em SC

Como sabemos, a falta de prioridades no orçamento em Brasília ganhou novos contornos na era do bolsonarismo. Há poucos dias, foi preciso fazer uma gambiarra nas contas porque faltou dinheiro para tratamentos de câncer. O Ministério da Saúde empurrou com a barriga a compra de vacinas contra a Covid-19 porque achava o preço caro demais. O orçamento para infraestrutura está à míngua, mas a Defesa terá upgrade no ano que vem.

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Bolsonaro anuncia leilão de área do porto de Imbituba

O presidente Jair Bolsonaro já disse que o país está quebrado. Mas mantém um polpudo orçamento secreto para agradar ao Centrão, investe dinheiro público em férias com os chegados durante a pandemia e promove motociatas com sua turma. Dados obtidos pela Folha de S.Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostraram que o presidente da República gastou pelo menos R$ 3 milhões em dinheiro público em motociatas, considerando cinco dos 12 eventos que promoveu – inclusive as de Chapecó e Florianópolis. Tudo pago com dinheiro do contribuinte, em impostos federais e estaduais.

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Pela lógica da proposta da deputada catarinense, faz sentido que na próxima vez que o presidente resolver passear os custos sejam bancados somente pela turma bolsonarista, por meio de um imposto-motociata. Quem sabe, de passeio em passeio, sobre algum recurso para aplicar em políticas públicas urgentes. Como a erradicação da pobreza menstrual.

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