Pelo Anel Viário de Criciúma, seria possível contornar a cidade, em uma pista com a condição suficiente para receber os caminhões que até então engarrafavam as ruas centrais. A ideia era antiga, e começou a sair do papel em 1998, no governo do então prefeito Paulo Meller (PMDB).
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Quase duas décadas depois, em 2015, o mesmo Paulo Meller, nessa época na condição de presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), participou de um evento no distrito do Rio Maina no qual anunciou a última etapa do Anel Viário. Seria uma obra de 9,9 quilômetros, R$ 60 milhões.

O projeto exposto por Meller tornou-se inviável, pela quantidade de desapropriações necessárias em trecho altamente urbanizado na última etapa. Passou tanto tempo entre a ideia original e a tentativa de execução que a urbanização tomou conta do espaço por onde passaria a rodovia. A etapa que seria a definitiva acabou resumida a um trecho de 6,6 quilômetros executados e, a partir daí, uma pendência, que está em pauta agora.
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O que será feito
A Câmara de Criciúma aprovou, há poucos dias, a contratação de um projeto de licenciamento ambiental dos 2,6 quilômetros que serão possíveis de executar, entre Vila Zuleima e a Avenida Luiz Lazzarin, no acesso ao distrito do Rio Maina. O resto do Anel Viário originalmente concebido não será executado. Logo, ficará incompleto.
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Esse projeto ambiental, de R$ 200 mil, determinará o que será necessário para executar os 2,6 quilômetros, já assumidos pelo governador Carlos Moisés (PSL). – Estamos aguardando os projetos da prefeitura de Criciúma para ordenar a execução dessa obra – confirmou, em recente visita à cidade.

– Com esse projeto, saberemos o quanto de desapropriações será necessário. Mas não serão valores elevados – apontou o secretário de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana de Criciúma, Tita Belloli.

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O inicio da etapa final
Quem trafega pelo Anel Viário de Criciúma, ao avançar pela etapa mais recente, inaugurada em 2017 entre os bairros São Simão e Vila Zuleima, encontra uma boa pista. Larga, bem feita e sinalizada, facilita o escoamento de cargas evitando a área central da cidade. Dentro dos objetivos originais da rodovia. Até se deparar com um viaduto sobre a SC-445.
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Ali, o Anel Viário acaba. Poucos metros depois do viaduto, o fim do asfalto é anunciado por uma placa e, logo após, entulhos e um monte de terra que, certamente, serve de barreira para os motoristas menos atentos.
Dali por diante, uma estrada ora estreita, ora nem tão estreita, com buracos, pedregulhos e muito lixo nas margens. E que no mapa se chama Rua Aurora Pizoni Pirola.
A futura etapa final do Anel Viário de Criciúma avança por um quilômetro de chão batido, costeando o Bairro Monte Castelo, até encontrar um asfalto, na Rua Felipe Colombo.
Dali, o traçado proposto para a nova rodovia encontra outro asfalto, nas rua Luiz Colombo e Alina Mateus, contornando o Parque dos Imigrantes e chegando à Rua José Gerônimo Mateus, terminando na Avenida Luiz Lazzarin, no acesso principal ao distrito do Rio Maina.
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A alça que faltará ao Anel Viário
No ponto onde terminarão os 2,6 quilômetros que o Governo do Estado executará, haverá uma grande rótula. Dali por diante, o Anel Viário tomará carona em vias urbanas já existentes em Criciúma: a Rua João Ronchi e as avenidas Caeté, Assembleia de Deus e Universitária, até encontrar novamente o Anel Viário, no início da Rodovia Antônio Justi.

São 3,4 quilômetros de impossível execução, por conta da grande urbanização que a cidade teve nessa região a partir de 1998, quando da concepção original do projeto do Anel de Contorno Viário. Nesse percurso, a via planejada cruzaria os bairros Liberdade, Cidade Mineira Nova e Cidade Mineira Velha.

As etapas já existentes
A primeira etapa, que começou a ser construída em 1998 e foi concluída anos depois, tem oito quilômetros e criou uma nova ligação entre o Bairro Presidente Vargas, no limite entre Criciúma e Içara, e o trevo com a SC-108, no Bairro São Simão. Esse trecho começa como Rodovia Jorge Zanatta e depois passa a Rodovia Otávio Dassoler.
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A segunda etapa conectou o cruzamento da Avenida Universitária com a Rodovia Antônio Justi, no Bairro Universitário, até o trevo da Rodovia Jorge Zanatta com a Rodovia Paulino Búrigo (SC-445, em Içara). Nessa extensão, que corta vários bairros de Criciúma, são 14,6 quilômetros. No percurso, a via tem os nomes ainda de rodovias Alexandre Beloli e Antônio Darós, e cruza a Via Rápida, inaugurada em 2017.
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Mais recentemente veio a terceira etapa, com 6,8 quilômetros, entregue pelo Governo do Estado em 2017, na conexão entre os bairros São Simão e Vila Zuleima, em extensão chamada de Rodovia Archimedes Naspolini.
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