Pioneira na fabricação de cosméticos 100% orgânicos no Brasil, a empresária catarinense Soraia Zonta, fundadora e CEO da empresa Bioart, na Grande Florianópolis, acaba de fazer lançamentos de produtos da marca em Paris. Ela explica que escolheu a capital francesa para lançar biodermocosméticos porque foi lá que começou a carreira internacional na área, foi convidada a fazer uma palestra sobre empreendedorismo sustentável na Universidade Paris Saclay e também foi mostrar ao mundo que o Brasil pode ter liderança global na produção de cosméticos sustentáveis.

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Em março deste ano, Soraia Zonta foi reconhecida como o prêmio global de química verde da Organização das Nações Unidas (ONU), na categoria Iniciativas Lideradas por Mulheres e foi convidada a se tornar embaixadora de química verde da ONU.

Veja mais imagens sobre o lançamento em Paris e na SouBio, em Florianópolis:

Ao mesmo tempo em que lidera o desenvolvimento de novos produtos na Bioart, ela faz palestras nas quais destaca a trajetória na indústria de química verde, com pesquisa, inovação e sustentabilidade. No evento Soubio Experience, dia 12 deste mês, em Florianópolis, ela falou sobre empreendedorismo e propósito.

Também apresentou na feira do evento produtos que lançou em Paris, como um biossérum vegano e creme para a pele à base de resveratrol. Na entrevista a seguir, a empresária fala da empresa, da trajetória e da atual fase da carreira, com palestras no Brasil e exterior sobre cosméticos sustentáveis em função dos reconhecimentos da ONU. Confira:

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Por que a senhora escolheu fazer o lançamento de produtos da Bioart em Paris há poucos dias?
– Lançar um Bioserum e biodermocosméticos em Paris foi uma escolha simbólica e estratégica para celebração dos 15 anos de Bioart! A cidade é um ícone mundial da beleza, minha carreira internacional começou lá. E o nome BIOART surgiu em Paris. Voltar após 15 anos e levar a Bioart até lá foi uma forma de mostrar que o Brasil também é capaz de liderar o movimento global de cosméticos sustentáveis.

Apresentar nosso Biosérum e cremes que atuam como potentes biodermocosméticos em um dos maiores polos de inovação da beleza reafirma que a ciência verde brasileira tem força, tecnologia e propósito.

Paris sempre foi um sonho, não apenas pelo glamour, mas pelo que ela representa: Um palco onde a beleza Bio encontra a arte. Estar lá com produtos que nasceram do solo brasileiro, com ingredientes naturais e respeito à natureza, foi emocionante. Era como dizer: “a beleza natural brasileira com propósito também tem lugar no mundo”. Essa missão também me foi dada quando recebi o mais importante é significativo prêmio de liderança feminina em beleza verde e sustentável pelas Nações Unidas neste ano.

Tive a honra de visitar o cluster Paris-Saclay é estar a serviço da educação a convite do Centre d’Études Avancées en Éducation et Développement Durable (CEAEDD), durante a Semana Europeia do Desenvolvimento Sustentável.
Foi uma oportunidade especial para compartilhar sobre minha trajetória e carreira verde, realizar os lançamentos de produtos e apresentar meu livro Na Pele para estudantes de inovação e sustentabilidade, fortalecendo a conexão entre ciência e tecnologia nas carreiras sustentáveis.

A senhora é fundadora da Bioart, uma empresa pioneira na fabricação de dermocosméticos orgânicos e naturais. Como foi o começo das atividades?
– O início da Bioart nasceu de uma necessidade muito pessoal. Eu sempre tive alergias de pele e, por muitos anos, não encontrava produtos que me fizessem bem. Essa dificuldade despertou em mim uma curiosidade enorme sobre ingredientes, formulações e impactos ambientais.

Tive como berço de estudos e projetos na prática a França, Itália e Japão – onde me aperfeiçoei e desenvolvi a capacidade de antecipar tendências e buscar soluções para as pendências do Brasil e assim transformar meu problema NA PELE em tecnologias verdes inovadoras.

Aos poucos, transformei essa busca por cuidado em um propósito e minha trajetória me levou a um protagonismo de liderança feminina no segmento de beleza verde e sustentável no meu país. A Bioart surgiu da vontade de criar produtos eficazes, limpos e conscientes, que cuidassem da pele sem agredir o planeta.

Eu percebia o quanto a indústria da beleza nacional precisava evoluir para uma relação mais ética e sustentável com o meio ambiente e com as pessoas. Começamos com poucos recursos, mas com uma visão muito clara: unir ciência, tecnologia verde, natureza e propósito em cada biofórmula. Lembro que no início era tudo artesanal, cheio de tentativas e aprendizados. Eu mesma testava, criava, reformulava… A Bioart nasceu desse amor pela natureza e do desejo genuíno de fazer diferente e é o que faz atualmente.

Como está o momento atual da empresa?
– A Bioart busca antecipar tendências e criar inovação disruptiva constantemente. Porque de copias o mundo já está saturado! O prêmio de liderança feminina em química e beleza verde pelas Nações Unidas nos trouxe ainda mais responsabilidade de desenvolver tecnologias e processos usando a eficiência de recursos recebido, processos, inovando em bioformulações e fortalecendo nossa presença digital, sempre com o foco em manter a essência e excelência que nos trouxe até aqui.

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Para este ano vamos lançar uma linha 100% baseada em cuidados com toda família, com o planeta e seguindo 100% à risca os processos que nos levaram ao reconhecimento internacional pelas Nações Unidas 

Quais são os maiores desafios para fabricar cosméticos orgânicos?
– Produzir cosméticos orgânicos e sustentáveis é um grande desafio, porque exige respeito absoluto ao tempo da natureza; nem sempre os ingredientes estão disponíveis na mesma qualidade ou quantidade, e cada safra traz suas particularidades.

 Além disso, manter a eficácia das fórmulas sem recorrer a substâncias sintéticas demanda muita pesquisa, paciência e inovação. Cada detalhe conta, inclusive a embalagem que também é pensado para ser sustentável. É um processo mais lento, mas também mais verdadeiro; mais limpo e consciente.

Cada produto carrega a força de um trabalho consciente, feito com responsabilidade desde o produtor até chegar na pele de quem confia na marca. Muitas marcas se autointitulam como beleza natural, limpa e sustentável, mas na prática não são nada disso. Aí entra o grande desafio da informação que chega ao consumidor nacional. Por isso estamos sempre buscando levar consciência e informação verídica para o consumidor.

Neste ano, a senhora foi reconhecida com o prêmio global de liderança feminina em Química Verde da ONU e foi convidada para ser embaixadora da organização nessa área.  Como esses reconhecimentos estão impactando sua trajetória?

– Receber os títulos de Embaixadora da ONU em cosméticos verdes (pelos produtos) e de liderança feminina em beleza sustentável colocou em foco minha trajetória como figura visionária em liderar o segmento de beleza verde no Brasil, trazendo pioneirismo e inovação.
É uma honra e uma responsabilidade em seguir com alto padrão de qualidade e manutenção da minha influência das redes sociais e em palestras levando o conteúdo para o mundo.

Esse ano já palestrei e participei de painéis sobre o tema em Viena – Áustria, no Marrocos e na Universidade Paris Saclay. No Brasil, fiz palestras nos estados de São Paulo e Santa Catarina, entre outros.  Esse reconhecimento reforça a importância da Bioart como referência global em sustentabilidade e inovação na beleza.

Ele amplia nossa voz como mulheres que eu represento e nosso compromisso em inspirar outras marcas a adotarem práticas conscientes de verdade. Porque esse foi um prêmio que não “se compra” e sim porque comprovamos para as Nações Unidas que ao longo dos 15 anos desenvolvemos tecnologias e soluções sustentáveis para prevenção da poluição invisível gerada pela indústria de beleza convencional, bem como prevenção da saúde das pessoas.

Quando me chamaram para representar o Brasil e América Latina como primeira e única mulher a receber esse título e realizar um painel de discussão entre os grandes líderes mundiais foi um dos momentos mais marcantes da minha vida. Lembrei de tudo o que vivi até ali, os desafios, as dúvidas, os dias em que parecia impossível continuar.

Ser reconhecida pela ONU me fez sentir que valeu a pena acreditar na beleza verde que transforma, e não apenas que disfarça. Que preserva e leva consciência ambiental. Também leva verdade e qualidade para a vida de muitas famílias.

No evento de economia sustentável Sou Bio, em Florianópolis, a senhora fez uma palestra sobre empreendedorismo. Quais mensagens está priorizando compartilhar como palestrante e liderança feminina com reconhecimento das Nações Unidas?

– Minha principal mensagem é que é possível empreender com propósito e sustentabilidade. Eu levei esse conhecimento para o palco do Sou Bio e no espaço lounge Bioart no qual apresentamos todo nosso conhecimento em forma de produtos para pessoas sentirem na pele. E NA PELE também é o nome do meu livro no qual compartilho esses conhecimentos.

Nas palestras e no livro trago reflexões sobre liderança consciente, inovação sustentável e o papel das empresas na prevenção e regeneração do Planeta. Também destaco formas de prevenção dos impactos ambientais e sociais

Nossa saúde hormonal é altamente impactada pelo uso de cosméticos convencionais. A indústria de cosmética convencional é uma das maiores poluidoras do meio ambiente. Desde o processo de produção – já estão liberando substâncias tóxicas na comunidade em que estão inseridas e quando o consumidor faz uso desse produto a poluição invisível continua a poluir águas e o solo através dos ralos e descartes.
Acredito que o futuro dos negócios será cada vez mais verde, colaborativo e humano.
Eu gosto de falar sobre coragem. Sobre o poder de recomeçar, de errar, de seguir acreditando. Sempre digo que empreender com propósito não é o caminho mais fácil, mas é o mais bonito e mais verdadeiro e sustentável. Quando entendemos que o lucro pode caminhar junto com o bem, tudo muda.

O seu livro mais recente é o “NA PELE”, é voltado à cosmetologia clean beauty. O que destaca nessa obra?
– Escrevi “NA PELE” para compartilhar a minha jornada de superação e conquistas a frente de um negócio pioneiro e inovador em beleza limpa no país, com dicas e inspirações para quem deseja empreender com sustentabilidade. Esse livro é a expressão mais completa da filosofia da Bioart e da jornada que venho construindo há anos no segmento de beleza limpa (clean beauty.) são 228 páginas que mesclam memória pessoal, pesquisa científica e estratégia empresarial.

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Nele, relato desde a infância, marcada por alergias de pele, até o momento de fundar uma marca que valoriza ingredientes naturais, orgânicos e biodegradáveis, certificações rigorosas e um modelo de negócio que respeita a saúde humana e o meio ambiente.
Especialmente para quem deseja empreender, o livro NA PELE vai além da inspiração: traz ferramentas práticas, insights reais sobre superação, inovação, ética na cadeia de produção, planejamento de marca e posicionamento num mercado competitivo. É uma obra para quem acredita que é possível criar um negócio rentável e sustentável.

O livro NA PELE é esse abraço: de inspiração, de companheirismo, de prova de que se pode empreender sem abrir mão dos valores. Ele revela bastidores, erros e acertos, mostrando que a verdadeira inovação nasce quando o propósito se alia à disciplina e à coragem de fazer diferente. Já foi citado por jornalistas de renome dentro do universo ESG.

Como as pessoas podem adquirir produtos da Bioart?

Os produtos Bioart estão disponíveis exclusivamente em nosso e-commerce oficial. Trabalhamos para garantir que cada cliente tenha acesso a uma experiência completa de beleza consciente, com segurança, autenticidade e cuidado em cada entrega.

Projeto Antonietas

projeto Antonietas visa ampliar voz, espaço e visibilidade a mulheres catarinenses que são destaque em suas áreas de atuação. Inspirado em Antonieta de Barros, o projeto divulga conteúdos em todas as mídias, com múltiplos formatos. Confira todos os conteúdos.

Antonietas selo — Foto: Reprodução

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