Estudo coordenado pelo Observatório Nacional da Indústria e liderado pelo Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias de Santa Catarina, apurou que o Norte de SC tem a maior concentração de polos industriais com inserção internacional do estado. São quatro polos com cadeias produtivas complexas e diversificadas. Juntos, em 2024, eles exportaram US$ 4,97 bilhões, 42,48% do total das vendas externas do estado, que somaram US$ 11,7 bilhões no ano.
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Os quatro polos do Norte de SC são os de equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos, madeira e móveis, papel e celulose. O estudo identificou 14 polos industriais com inserção internacional em SC e o que mais se repete é o de madeira e móveis.
– Essa região tem uma cultura muito industrial, desde a imigração. A diversidade de setores, a capacidade de inovação e a valorização da formação profissional são características do Norte do estado – avalia Gilberto Seleme, presidente da Fiesc.
Ainda de acordo com o estudo, que teve à frente o economista do Observatório Fiesc, Marcelo Albuquerque, a região Norte de SC tem 10,7 mil empresas industriais que oferecem 213,8 mil empregos diretos. Maior polo industrial e também a maior cidade do estado, Joinville tem cerca de 4 mil indústrias e 89,3 mil trabalhadores no setor.
Na sequência vem Jaraguá do Sul com 1,6 mil indústrias e 39,7 mil empregos diretos. Em terceiro lugar está São Bento do Sul, com 763 indústrias e 14,5 mil postos de trabalho diretos.
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Albuquerque destaca que o Norte tem atividade industrial mais intensa por questões culturais desde o início da colonização. Atualmente, o setor tem entre os diferenciais logística robusta, como rodovias e portos com grande capacidade de movimentação de cargas.
O exemplo principal da região é a WEG. A companhia que começou fabricando motores elétricos há mais de 60 anos, hoje é uma multinacional com produção diversificada, com matriz em Jaraguá do Sul, fábricas em 18 países e presença comercial em 135 países. O presidente da companhia, Alberto Kuba, atribui essa liderança à capacidade de inovar.
Kuba ressalta que hoje, a WEG tem o melhor produto do mundo em vários segmentos em que atua. Ele observa que todo ano a empresa lança produtos inovadores. E a companhia acaba de anunciar investimento de quase R$ 1 bilhão para instalar na região o principal polo mundial de máquinas elétricas girantes.
Fabricante de compressores para refrigeração, a Nidec Global Appliance, dona da marca Embraco é outra referência na produção. Uma das maiores fabricantes globais desses produtos, a empresa se projetou em tecnologia e vende para 80 países.
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Outro setor do Norte de SC com forte inserção no mercado internacional é o de madeiras e móveis. Conta com dezenas de empresas e se destaca pela presença em diversos mercados. Entre as empresas que se destacam estão a Três Irmãos, de São Bento do Sul, que fabrica móveis para 20 marcas globais, e a Katzer , que vende para 15 países.
No Planalto Norte, SC tem polo de papel e celulose. Entre as empresas está a Smurfit Westrock Brasil, multinacional que é a maior do setor na América Latina. A empesa, que acabou de passar por uma incorporação, tem trajetória histórica de fornecimento a diversos mercados do exterior.
O estudo dividiu o estado em seis mesorregiões. O Vale do Itajaí tem dois polos industriais com inserção internacional, de veículos, embarcações e aeronaves; e de madeira e móveis. O Sul catarinense tem dois polos: de minerais não metálicos; e de madeira e móveis.
No Oeste de SC são dois polos: alimentos e bebidas; madeira e móveis. Na Grande Florianópolis, os destaques são veículos, embarcações e aeronaves; e minerais não metálicos. Na mesorregião serrana também existem dois polos; papel e celulose; madeira e móveis.
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