O futuro dos serviços financeiros no Brasil será cada vez mais digital e inteligente, ajudando os usuários na gestão dos seus recursos. Essa foi uma das principais leituras de cenário feitas por especialistas no Fintech Trends, maior evento de tecnologia para finanças da Região Sul, realizado nesta quinta-feira (30) em Florianópolis, numa iniciativa da Vertical Fintech da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate).
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O evento, com a participação de empresários e executivos de todo o Brasil, incluindo executivos do Banco Central (BCB), teve como tema central “Integrando setores financeiros e não-financeiros em ecossistemas colaborativos”. Na lista de temas abordados teve cenário do setor financeiro, impactos do Pix, Open Finance, bancarização e sustentabilidade.
Um dos painéis discutiu quando os serviços e produtos financeiros se tornam invisíveis e personalizados, tendo como título “Embedded Finance, Open Finance e Experiências de Consumo”. Os palestrantes foram a auditora na área de Tecnologia do Banco Central do Brasil, Flavia Correia, o CEO da fintech Iniciador, Marcelo Martins, e a Head de Serviços Financeiros da empresa Capgemini, Jamile Leão.
A auditora do Banco Central, Flavia Correia, abordou questões de segurança relacionadas às tecnologias digitais oferecidas pelo sistema financeiro nacional, que se destaca pelos serviços do Pix e do Open Finance (que permite o compartilhamento de dados de clientes entre instituições financeiras). Segundo ela, o Brasil adotou um modelo distribuído de Open Finance, o que implica a participação de diversos agentes integrados ao ecossistema.
– Garantimos que o trabalho das equipes, tanto no Pix quanto no Open Finance, está sempre orientado para a entrega de soluções seguras em suas respectivas infraestruturas. À medida que novos participantes são conectados, exigimos os mesmos padrões de segurança – disse Flavia Correia.
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Segundo ela, a questão de segurança é um desafio contínuo e o Banco Central tem compromisso em aprimorar constantemente medidas com esse objetivo. “Consideramos que o sistema é seguro”, afirmou Flavia Correia.
Na avaliação do empresário Marcelo Martins, o Brasil é o país com sistema financeiro mais avançado no mundo. Muitos países buscam referência no modelo brasileiro, com destaque agora para o Pix. Mas ele observou que para os clientes desse sistema, o importante é saber usar.
– Estamos falando de algo que talvez o usuário não entenda, mas ele sabe usar. Eu acho que isso é Enbedded Finance, Open Finance. O usuário não precisa entender, ele precisa fazer da melhor forma e com menos preocupações, e sabendo que existe algo por trás que traz a confiança para ele, que é um sistema seguro – afirmou Marcelo Martins.
Uma das questões levantadas no evento é que nem todas as empresas (pessoas jurídicas) estão aderindo às vantagens desses serviços avançados. Mas a explicação é de que não há uma tecnologia acessível hoje para empresas que têm diversos sócios. Como para certas decisões, todos têm que assinar, falta tecnologia que facilita isso.
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Quando se pensa no futuro, existe a expectativa de muitos novos serviços financeiros aos consumidores, o que pode dificultar para grandes marcas porque muitas ficam invisíveis.
– Está sendo discutido muito o uso de finanças embutidas e elas tiram o consumidor do canal das instituições financeiras. Isso já é uma temeridade. Está todo mundo desesperado porque a fidelidade (destaque das marcas) é o grande interesse do mercado. A gente estima que em 2030 haverá uma grande malha de operadores de consentimentos e de operadores financeiros sem interface ao usuário final – estima a executiva Jamile Leão, da empresa Capgemini.
Mas ela vê um futuro com muito mais uso intensivo de tecnologias para o contrato de serviços, em especial com o uso de inteligência artificial. O ChatTPT, por exemplo, poderá indicar o melhor cartão de crédito enquanto a geladeira poderá fazer compras de alimentos que estão em falta.
Para os clientes do setor financeiro em geral, basta saber usar o maior número de tecnologias possíveis para usufruir de vantagens que oferecem. Jamile Leão falou para empresários presentes sugerirem tecnologias para serem desenvolvidas e, assim, melhorarem ainda mais os serviços digitais.
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