Intitulado “Brasil soberano”, o pacote de medidas anunciado nesta quarta-feira (13) pelo governo federal para mitigar impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras reforça um recado que Lula (PT) já tem tratado de deixar bem claro: o petista não está disposto a baixar a cabeça e aceitar a interferência externa de Donald Trump. O americano vem atribuindo a sobretaxação ao que considera uma suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e parte de seus apoiadores.

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Entre as ações anunciadas estão uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas que perderam competitividade no mercado externo, a ampliação de compras governamentais e o adiamento de impostos. As medidas tentam socorrer a economia no curto prazo. Ao mesmo tempo, prolongam a queda de braço entre os governos brasileiro e americano.

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Desde o início, o tarifaço tem se mostrado uma guerra puramente política e ideológica, sem qualquer argumento econômico e pragmático que o justifique. Coincidência ou não, a chantagem de Trump veio a calhar tanto para Bolsonaro quanto para Lula. O primeiro se agarra à “invasão” americana de olho na própria sobrevivência política, usando o episódio para pressionar o Congresso para aprovar pautas bolsonaristas – como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

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Já Lula, que estava entre as cordas, buscou se apropriar do sentimento de patriotismo, algo que a direita tão bem fez nos últimos anos, para recuperar popularidade com o discurso de soberania e se manter como nome forte para as eleições de 2026. Só que no meio dos dois existe um Brasil inteiro – e um mercado que sofre com tanta instabilidade política.

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Há três semanas, Lula disse que, se Trump estivesse trucando, tomaria um seis. Nenhum dos dois jogadores parece disposto a correr. Só que, diferente de uma partida de truco, o impasse tarifário e suas consequências não têm uma regra para acabar.

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