Um pagamento de dívidas antigas acabou se transformando no mais novo capítulo de um impasse envolvendo a Teka. O fundo de investimentos Alumni, que está há cerca de três semanas no comando da empresa após uma reviravolta que extinguiu a então gestão judicial provisória, voltou a questionar na Justiça a atuação do escritório Leiria & Cascaes, que responde pela administração judicial da companhia.
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O imbróglio de agora diz respeito à recente quitação de salários e férias que estavam atrasados desde 2013. Segundo a Alumni, o pagamento, que somou cerca de R$ 3 milhões, beneficiou em torno de 600 colaboradores. O fundo de investimentos, porém, diz que a medida foi questionada pelo advogado Pedro Cascaes Neto, que notificou a gestão da empresa.
Em petição juntada no início desta semana aos autos do processo de recuperação judicial da Teka – condição que faz a empresa ter que prestar contas à Justiça, com o administrador judicial sendo responsável por essa interlocução –, a empresa, sob gestão da Alumni, diz que a notificação “levanta questionamentos sobre a autorização judicial para os pagamentos, a origem dos recursos, a natureza dos créditos e a relação completa dos pagamentos efetuados”.
“Este esforço, que deveria ser louvado e incentivado por todos os envolvidos no processo de recuperação, incluindo o administrador judicial, vem sendo, contudo, indevidamente questionado, em postura que, na prática, dificulta o avanço sereno e coordenado da recuperação”, escreve a Alumni no documento.
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O fundo de investimentos pede, na petição, que o juiz faça uma advertência à administração judicial para “ater-se as suas atribuições” e se abster de “formular questionamentos infundados”, além de requerer que a regularidade dos pagamentos de salários e férias atrasados seja reconhecida por se tratarem de créditos extraconcursais – dívidas contraídas depois do pedido de recuperação judicial, autorizada em 2012, que não se enquadrariam no processo.
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Procurado pela coluna, Cascaes Neto informou que o escritório já está elaborando uma resposta à petição da Alumni. Ele diz não ser contra os pagamentos e defende o questionamento, alegando que é função da administração judicial a “fiscalização rigorosa” de todos os atos praticados pela gestão da empresa.
— O debate, pelo menos da nossa parte, sempre foi técnico. O administrador judicial não é parte do processo. Ele é um auxiliar do juiz. Não temos interesse nenhum que não seja regularizar o processo — sustenta.
Não é de agora que Alumni e administração judicial da Teka se estranham. O fundo de investimentos, que detêm 24% das ações e controla a empresa, já havia questionado judicialmente a decretação de falência continuada da companhia, mais tarde revertida, e também reivindicou a extinção da gestão judicial, também confirmada. Apesar de a transição ter sido pacífica, ainda restam rusgas.
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