Segundo o boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, a projeção para as próximas semanas é de 2,2 mil óbitos por dia no Brasil. Pelo estudo realizado entre 16 e 22 de maio, o número de mortes até estabilizou, mas em um patamar muito elevado. E como os casos e as internações em leitos de UTI subiram em quase todo país, a previsão não é nada otimista.
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Em entrevista ao CBN Hub desta quinta (27), o pesquisador da Fiocruz Raphael Guimarães, disse que a realidade é crítica. E destacou o ‘rejuvenescimento da pandemia’:
— Pela primeira vez, observamos que mais de 50% dos internados têm menos de 60 anos de idade — destacou.
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De acordo com Raphael, a maior cobertura de vacinação entre os idosos e o relaxamento dos jovens em relação a doença estão entre os motivos.
— E não necessariamente por causa das festas clandestinas, que são ruins claro. Mas percebemos uma incidência grande nas pessoas entre 40 e 59 anos. Que provavelmente precisam sair, trabalhar e nesse deslocamento diário acabam se contaminando — completou.
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Para tentar minimizar um impacto ainda maior nos próximos dias, o pesquisador reforça alguns cuidados já conhecidos. O respeito ao distanciamento social de forma coordenada, por ações do poder público e pela consciência das pessoas, e a consolidação de um Estado forte.
— É claro que eu estou dizendo que é importante que a gente mantenha o distanciamento social. Mas eu estou dentro da minha casa trabalhando em home office. Então, seria muita hipocrisia da minha parte dizer simplesmente que as pessoas precisam ficar em casa e nao pensar em que condições elas estão dentro de casa. É preciso que a gente tenha um auxílio emergencial regular e que consiga manter essas pessoas minimamente, para que elas não precisem ir para rua mendigar, trabalhar em qualquer tipo de atividade que não dê a elas a menor garantia, menor forma de proteçao e que ainda as exponha ao risco seja no trabalho ou no transporte — finalizou o pesquisador da Fiocruz, Raphael Guimarães.
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Em Santa Catarina
Podemos dizer que a preocupação é ainda maior do que em outras regiões do país. Santa Catarina sofre muito com as doenças respiratórias nos dias mais frios do ano. E a chegada de uma terceira onda de Covid é dada como certa nos corredores da Secretaria de Estado da Saúde.
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Para evitar ao máximo impactar ainda mais os setores, o Estado age internamente e junto ao governo federal.
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Entre as prioridades, a garantia de insumos e medicamentos, e o aumento na oferta de leitos de UTI.
A necessidade urgente de mais vacinas também está na pauta de governador e secretário com o Ministério da Saúde.
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