O lockdown em Santa Catarina somente aos fins de semana não é considerado eficaz no enfrentamento do coronavírus, segundo o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich. Em entrevista à NSC TV, nesta quarta-feira (3), o médico disse que a decisão tomada pelo governo do Estado “não parece que vai fazer alguma diferença”.

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Anunciado há uma semana, o novo decreto determina o fechamento de todos os serviços não essenciais das 23h de sexta-feira até as 6h de segunda-feira, durante 15 dias. A medida, que proíbe até mesmo a circulação de pessoas nas praias, vale até o dia 8 de março. 

– A sensação que me dá é que quando você imagina que vai ter que esperar duas, três, quatro semanas para ver uma diferença, e você para dois dias e volta cinco, não me parece muito razoável que isso vai fazer alguma diferença. Não me parece muito lógico isso – disse à TV.

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O Estado encara o pior momento da pandemia, com o aumento de casos ativos de coronavírus, falta de leitos, mortes na fila de espera por UTIs e até mesmo transferências de pacientes contaminados ao Espírito Santo. 

Com base nesse cenário de colpaso na saúde, epidemiologistas catarinenses defendem o fechamento imediato e total de serviços não essenciais por duas semanas, no mínimo, como único meio de se obtter menores índices de ocupação de leitos de UTI.

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O ex-ministro da Saúde também acredita da medida, no entanto, afirma que o fechamento deve ser acompanhado de um plano de ajuda financeira para setores da economia e, principalmente, para a população mais pobre:

– Elas [as pessoas mais pobres] estão entre uma doença mortal e a dificuldade para comer. É um sofrimento sem tamanho porque essas pessoas estão entre uma coisa ruim e outra muito ruim. Elas têm que escolher a menos pior. Então, você dizer para uma pessoa que está sem comida que ela tem que ficar em casa não tem o menor sentido para ela.

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Há uma semana, o governo de SC restringiu o limite de pessoas no transporte coletivo e fechou as casas noturnas, entre outras medidas mais brandas. Um dia depois, anunciou um novo decreto com lockdown aos fins de semana. A medida vigorou no último fim de semana, quando 27 locais foram interditados, e continua até a madrugada da próxima segunda-feira (8). 

Segundo o governo, que foi cobrado também por representantes do Ministério Público de Santa Catarina, Federal e do Trabalho, Tribunal de Contas do Estado, da Defensoria Pública do Estado e da União para medidas mais duras, a situação deve ser reavaliada após a vigência dos decretos.

* Com informações do G1SC

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