Igor Eduardo Pereira Cabral, homem preso preventivamente após agredir a então namorada Juliana Garcia dos Santos com 61 socos em um elevador no Rio Grande do Norte, pode ser alvo de uma nova investigação, desta vez por violência psicológica. O caso ocorreu na manhã do dia 26 de julho e segue repercutindo em todo o país. As informações são da CNN Brasil.

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À CNN, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou que essa possibilidade existe e depende da colaboração da vítima em registrar um novo boletim de ocorrência, quando estiver em melhor estado.

Mulher agredida com 61 socos por namorado fala pela primeira vez: “Disse que eu ia morrer”

Victória Lisboa, delegada responsável pelo caso, revelou que Juliana já havia reportado que, antes das agressões, sofreu violência psicológica grave, incluindo empurrões e o incentivo de Igor para que ela tirasse a própria vida.

O relacionamento durou quase dois anos, e foi descrito por Juliana como “tóxico e abusivo”, marcado por controle excessivo e ciúme “desproporcional” por parte de Igor.

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Juliana foi agredida por 61 socos em 34 segundos

As agressões aconteceram na manhã de 26 de julho, em um prédio em Natal, no Rio Grande do Norte. Através de imagens gravadas por uma câmera de segurança, é possível ver Juliana e Igor discutindo dentro do elevador. Segundo as investigações, o homem teve uma crise de ciúmes e a briga escalou para uma “covardia brutal”. O vídeo mostra que a mulher levou “61 socos violentíssimos na cabeça e no rosto” em 34 segundos.

A agressão deixou Juliana com quatro ossos do rosto quebrados, necessitando de uma cirurgia de reconstrução facial. Segundo ela, a decisão de permanecer no fundo do elevador foi estratégica para se proteger e garantir que as câmeras registrassem o ocorrido.

Veja as fotos do caso

Agressor foi transferido na sexta-feira

Após ser preso Igor Eduardo Pereira Cabral foi transferido para a Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, na manhã da última sexta-feira (1°). A unidade não tem cela individual, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Seap).

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Desde o último fim de semana, ele estava preso de forma preventiva após passar por audiência de custódia no centro de triagem da Seap. De acordo com a pasta, Igor está alocado em uma “ala de segurança adequada, de forma a preservar a integridade física dos custodiados e garantir a estabilidade operacional da unidade”.

A defesa de Igor havia pedido para que ele ficasse em uma sala isolada para “preservar sua vida”, utilizando como argumento supostas ameaças e um imóvel de familiares pichado. A família de Igor precisou emitir uma nota pública dizendo que não tem “responsabilidade sobre os atos cometidos” pelo homem.

De acordo com a secretaria, as transferências de detentos e a definição do local em que eles permanecerão presos “seguem critérios rigorosos que consideram a segurança do sistema prisional, o perfil do custodiado e a necessidade de garantir a ordem e disciplina nas unidades prisionais”.

Recentemente, Igor disse ter sido agredido por policiais penais na cadeia, denúncia que está sendo apurada pela Secretaria da Administração Penitenciária. Em nota enviada pela defesa dele, o ex-jogador de basquete pediu perdão e expressou a esperança de “encontrar cura”.

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Leia a nota na íntegra

“Eu, Igor Eduardo P. Cabral, venho com profundo respeito, me manifestar diante dos acontecimentos recentes que abalaram tantas pessoas. Reconheço que houve dor, angústia e sofrimento, especialmente para Juliana, sua filha, sua família, bem como para os meus pais e demais entes queridos.

Lamento profundamente que minha conduta, influenciada por um contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional, tenha contribuído para essa situação. Embora as circunstâncias ainda estejam sendo apuradas, sinto a necessidade sincera de expressar meu pedido de perdão a todos que, de alguma forma, foram afetados.

Não tenho intenção de justificar nada, tampouco minimizar o impacto dos fatos. Apenas desejo que Juliana consiga encontrar força para seguir em frente, com serenidade, coragem e paz. A ela, sua filha e sua família, envio minhas orações e meu mais genuíno respeito.

Enfrento o momento atual com humildade e esperança de que, com o tempo, todas as partes envolvidas possam encontrar caminhos de cura, reflexão e recomeço.

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Com arrependimento e respeito,
Igor Eduardo P. Cabral”

Conheça os tipos de violência e como pedir ajuda

*Sob supervisão de Giovanna Pacheco

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