Santa Catarina vive sob instabilidade política há dez meses. Desde julho do ano passado, quando o primeiro processo de impeachment contra o governador foi aberto pela Alesc, todos os movimentos de Moisés e Daniela, que se alternaram no poder, tiveram como objetivo final fincar raízes no Governo do Estado.

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Foi essa expetativa que moveu nomeações e exonerações, alianças e ações de governo – inclusive, e especialmente, as ações de combate à pandemia. A rigor, foi o impeachment que governou Santa Catarina durante quase um ano.

O vaivém de governadores – foram quatro substituições entre Moisés e Daniela em sete meses – alterou também a gestão das secretarias e órgãos de governo, atrasou a tramitação de projetos e mudou o rumo das prioridades.

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Findo o processo, arquivado pelo Tribunal de Julgamento, Moisés tem trabalho a fazer. O Estado necessita de segurança jurídica e previsibilidade na gestão da pandemia. Precisa de auxílio emergencial para ajudar as famílias mais pobres a enfrentarem a crise econômica – enquanto outros governos estaduais encamparam iniciativas, SC demorou a colocar o assunto na pauta de discussão e só o fez às vésperas do impeachment.

Há cobranças a serem feitas ao governo federal, que enxugou o já minguado orçamento de Santa Catarina – um dos estados que mais colaboram com a arrecadação federal. Enquanto discutimos impeachment, perdemos uma pista de aeroporto para o Paraná, perdemos verbas para as obras nas rodovias, perdemos investimentos em saúde e educação.

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Há discussões com setores econômicos afetadas pela descontinuidade, e que precisam ser retomadas a despeito de quem iniciou a conversa. O Estado precisa andar.

É fato que Santa Catarina teria sofrido menos traumas se governador e vice, eleitos juntos, não tivessem trocado o papel de aliados pelo de adversários políticos. Com o retorno definitivo de Moisés, é urgente que as disputas internas deixem de afetar o governo. Pelo bem de Santa Catarina, o governador precisa governar.

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