A novidade relevante do mercado de capitais brasileiro desta semana foi a estreia das ações, nesta terça-feira (24), da nova gigante global de alimentos do Brasil, a MBRF, qu resultou da fusão da Marfrig Global Foods com a BRF, que reúne duas marcas icônicas de SC, a Sadia e a Perdigão, além de outras. Os papéis da MBRF3 estrearam em queda e a empresa anunciou recompra nesta quarta-feira. Mas considerando o médio e longo prazo, o cenário é positivo para a companhia porque ela produz proteína animal e outros alimentos que registram demanda crescente no mundo e o Brasil é um dos maiores exportadores.

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Com faturamento anual de R$ 160 bilhões e vendas em 117 países, a nova MBRF abriu o pregão de terça com valor de mercado estimado em R$ 27 bilhões. Mas os papéis caíram o valor recuou para R$ 30 bilhões. Por isso, a Marfrig (que ainda atua com esse registro) anunciou nesta quarta-feira uma recompra de 25 milhões de ações, correspondendo a 3,23% das ações em circulação da nova companhia. O objetivo é buscar um equilíbrio para o valor de mercado.

Mas quando se olha o médio e longo prazo, as expectativas são positivas para a nova gigante global e suas ações na bolsa. Com essa fusão, a Marfrig incorporou a BRF, empresa constituída em 2009 em Santa Catarina com a fusão da Sadia e Perdigão, duas companhias pioneiras na produção de proteína de frango e suíno em escala comercial ampla e marcas globais.

A Perdigão foi fundada em 1934 por duas famílias, os irmãos Ângelo e Pedro Ponzoni e André, Arthur, Guilherme, Abrão e Saul Brandalise em Videira. Em 1944, a Sadia foi fundada em Concórdia, cidade próxima de Videira, por Atílio Fontana. Ambas avançaram no mercado nacional de carne in natura e industrializada de frangos e suínos. A Sadia, foi pioneira nas exportações de frango para o Golfo Arábico no começo dos anos de 1970, mostrando que o mercado global era promissor para as carnes brasileiras.

Nos últimos 14 anos, como BRF, a companhia teve dificuldades financeiras em alguns anos, mas seguiu investindo e se modernizando, cumprindo todas as regras e protocolos para proteína animal exigidos de uma companhia global. Agora integrada à Marfrig na MBRF, juntas seguem com alto padrão produtivo e devem atrair mais investimentos para Santa Catarina, onde têm uma das maiores bases produtivas e exportadoras de proteina animal do Brasil.

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Investir em ações de empresas do agronegócio brasileiro, a exemplo da MBRF, é confiar num setor que segue em expansão porque tem produção de qualidade reconhecida e condição sanitária diferenciada, sendo cada vez mais desafiado para alimentar o mundo.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) coloca para o Brasil o desafio de dobrar a produção de alimentos nos próximos 30 anos para ajudar a alimentar o mundo. A trajetória até aqui indica que o país tem esse potencial porque tem alcançado produtividade e uma das apostas é em proteína animal.

A nova MBRF nasceu como uma das gigantes globais de alimentos, em especial de proteina animal. Mas além disso, também se destaca com outros alimentos e até protina vegana. O Brasil é o líder mundial em exportação de carne bovina e carnes de aves, além de outros alimentos. Nesse cenário e com boa governança, a expectativa para a MBRF é de expansão consistente e maior valorização na bolsa.

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