Santa Catarina fechou o mês de outubro com saldo positivo de 6.142 novas vagas formais de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Apesar do resultado positivo, os dados mostram que a indústria perdeu 2.945 vagas, o pior resultado desde a nova metodologia do Caged, adotada em 2020, concluiu o Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias do Estado.

Continua depois da publicidade

No ano, até outubro, SC teve saldo positivo de 101 mil novas vagas formais. Desse total, os serviços criaram 50,1 mil, a indústria 29,5 mil, o comércio 10,4 mil e a agropecuária em torno de 1 mil.

Considerando cada setor apurado pelo Caged, em Santa Catarina o setor de serviços criou em outubro 6.411 vagas, seguido pelo comércio com saldo positivo de 1.947 vagas e a agropecuária que criou 729 vagas. A indústria teve saldo negativo de -2.227 vagas e a construção civil, que também é contabilizada na indústria pela Fiesc, teve perda de -718 vagas no mês.

O Observatório Fiesc analisou os resultados de 14 segmentos da indústria do estado em outubro. Apurou que o maior número de postos de trabalho foi fechado pelo setor automotivo, com perda de -751 vagas. Depois, em termos setoriais, foi a construção com -718, seguido por madeira e móveis com -502 vagas. Na sequência veio tecnologia da informação (-394), têxtil, confecções e calçados -331 e mecânica e metalurgia –326.

Entre as cidades que mais perderam postos de trabalho, chamou a atenção Mafra com -388 devido ao fechamento de uma empresa. Também tiveram perdas elevadas as cidades com forte indústria moveleira como São Bento do Sul (-220), Campo Alegre (-143) e Rio Negrinho (-194).  

Continua depois da publicidade

O presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, destacou que os setores da indústria catarinense dependentes de crédito e os impactados pelas tarifas do governo dos Estados Unidos foram os mais afetados

– Os juros altos limitam o acesso ao crédito, e com isso os segmentos que demandam capital sofrem com um cenário doméstico mais desafiador. Já o setor de madeira e móveis segue refletindo o recuo nas exportações para os Estados Unidos, principal destino dos produtos do ramo – avaliou Seleme.

Também chama a atenção nos dados do Caged a grande lista de municípios com perdas de vagas, embora em número menor. É uma incidência grande em quase todo o estado, mostrando reflexos do tarifaço e dos juros. Entre esses municípios estão Nova Trento (-59), Monte Castelo (-32), Ponte Alta do Norte (-23) e Rio do Oeste (-24).

Cidades impulsionadas pelo turismo e serviços se destacaram positivamente. Florianópolis liderou a criação de vagas em outubro com 1.306, Jaguaruna 881, São José gerou 512 e Balneário Camboriú 269.

Continua depois da publicidade

Considerando outras cidades com economia forte no estado, Joinville teve saldo positivo de 270 vagas, Itajaí (182), Blumenau (369) Chapecó (315), Lages (170), Criciúma (93), Jaraguá do Sul (-72) e Itapema (-169).

O Brasil também teve resultado aquém do esperado na criação de empregos em outubro. Foram apenas 85 mil novas vagas no mês, o pior resultado desde o início dessa nova série. No país, o impacto negativo maior veio dos juros altos.

Leia também

Multinacional inaugura em SC nova linha de produtos de alta eficiência

Governo de Santa Catarina muda forma de cobrança da dívida ativa

Portonave investe R$ 2 bilhões e tem pressa na concessão do canal portuário

Prefeitura e Unimed anunciam parceria para o projeto “Florianópolis Cidade Saudável”

Oferta de leitos hospitalares motiva debate em Florianópolis e instituições explicam

Dimas e Angeloni se unem para lançar loja de temporada em praia icônica da Ilha de SC

Fiesc está preparada para apoiar negócios dentro do acordo Mercosul e União Europeia

SC concentra o maior percentual de trabalhadores na indústria, aponta IBGE