Em 1970, estava sentado à mesa com diretores da TV Cultura (nossa primeira emissora oficial de TV, em Florianópolis) em busca de um nome para um programa esportivo que seria lançado. Horas e horas e nada. Quando a reunião terminou, o apresentador Fernando Linhares da Silva disse aleatoriamente: “Tá difícil pra botar essa bola em jogo”. Opa!?!
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Hélio Kestner Silva, diretor de programação, matou na hora: “Tá aí, gente. Bola em Jogo”. E assim foi durante quase 28 anos consecutivos no ar. Recordo o episódio para lembrar que a ansiedade foi muito grande durante o período que antecede o início do campeonato, tanto quanto aquela de colocar no ar o primeiro programa esportivo da televisão na Capital.
Neste fim de semana a bola será colocada em jogo, para a felicidade geral do torcedor e de todos nós. E o que isso representa? Mais alegria, satisfação, emoção, produto, preenchimento do espaço que o futebol produz. Bom para o comércio, para os que dependem do futebol, enfim, mais emprego, ocupação, recursos financeiros para os clubes. O futebol gera entretenimento aliado ao trabalho.
Assim, dentro de um clima de grande expectativa, está começando o Campeonato Catarinense de 2022. Já se disse tudo que precisava. Análises foram feitas, debates para se detectar quem é quem na competição, tudo e não se chegou a nenhuma conclusão que não fosse a mesma: é o campeonato mais equilibrado do Brasil.
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A bola vai estar em jogo e a partir daí tudo pode acontecer, até uma grande surpresa. Um campeonato tão diferente, que pela primeira vez não teremos um dos cinco grandes, o Criciúma, que vai disputar a Série B do Estadual neste ano. Então, prepare o coração, porque para ele estão reservadas muitas emoções. A partir deste sábado, é bola em jogo.
Na TV
É praxe abrir o campeonato na TV aberta com o jogo do campeão atual. Este ano não foi possível, por conta da Recopa Catarinense, que foi decidida na última quinta-feira, dia 20. E como os jogos com transmissão pela TV serão aos sábados, às 16h30min, não haveria o intervalo mínimo exigido por lei, de 72 horas, entre dois jogos do mesmo time.
A NSC TV optou por mostrar o campeão da Série B de 2021, o Barra, que é uma novidade, contra a Chapecoense, um dos cinco grandes do Estado. E lá vamos nós para mais uma edição do Estadual. Boa sorte a todos!
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Favorito
O rótulo não significa muito. Apenas identifica, quem sabe, a equipe que manteve 80% do grupo do ano anterior. O Avaí fez isso. Perdeu pouco e acrescentou muito. Será igualmente a equipe mais perseguida na competição. Integrante da Série A nacional, uma vitória sobre o Avaí neste ano vai significar muito para o ganhador. O Leão da Ilha manteve a espinha dorsal.
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O campeonato ganhou força na medida em que os clubes se prepararam com objetivos bem definidos. Alguns, se manter na Série A, e outros de olho no título.
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Alguns problemas
Quando defendo a tese de que o número ideal de participantes do Estadual seria de oito cubes, tenho minhas razões. Alguns times farão os primeiros jogos fora da sede por conta da exigência da FCF em relação aos estádios. A carta de compromisso da entidade é rígida e os problemas estão aí. Nem todos os clubes conseguiram cumprir as exigências.
Aliás, o presidente da FCF, Rubens Angelotti, também defende oito clubes como o número ideal. A federação foi voto vencido no conselho técnico, que é quem decide detalhes do campeonato.
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Você acredita?
Os dois novos integrantes da Série A, Camboriú e Barra se prepararam. É preciso respeitar uma máxima do futebol: “Ninguém entra numa competição para perder”. Penso que os objetivos da dupla são a manutenção na Série A, o que vier além disso será bem recebido. Todos têm o direito de pensar em título, claro, mas só uma grande surpresa para isso ocorrer. Mas pode.
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Minha aposta
Tenho muita simpatia pelo Hercílio Luz, não só pelos amigos que fiz no clube – lembro dos ex-presidentes Salim Mussi e o eu filho Michel; a família Zumblick, Noé Farias e tantos outros. Além disso, jovem ainda e antes de entrar para a imprensa, vi o bicampeonato do Leão do Sul, em 1957 e 1958. Virei amigo de muitos daqueles campeões. Torço para que o Leão do Sul faça boa campanha.
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Giro Total
> Quem você acha que fará a diferença neste Estadual? Alguns candidatos: Oberdan (Figueirense), Jorge Henrique (Camboriú) e Muriqui (Avaí).
> E a revelação? Muitos clubes vão usar jogadores da base e certamente alguém vai chamar atenção.
> Qual dos clubes intermediários tem condições de chegar ao título? Você apostaria no Brusque, Concórdia, Marcílio Dias ou Hercílio Luz?
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> E a arbitragem? Bráulio Machado está apitando a Copa do Rei da Arábia Saudita, Rafael Traci em seminário da Copa do Mundo e os demais no seminário anual da FCF. Temos gente nova em condições de aparecer bem.
> Prêmio: Rubens Angelotti fez um balanço do ano no Debate Diário e disse que 2021 terminou bem financeiramente, com todos os compromissos da FCF cumpridos. Perguntei se não estava na hora de um auxílio aos cubes, um prêmio em dinheiro ao campeão estadual. Seco e rápido, disse: “É o nosso propósito. Vamos estudar”.
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