Os galpões ainda em uso na Cidadela Cultural de Joinville deverão ser desocupados nos próximos meses, deixando sem uso o complexo que abrigou a maior cervejaria de Santa Catarina em meados do século passado. Nesta semana, a prefeitura enviou à Câmara os projetos para ceder novos espaços para a Associação Joinvilense de Teatro (Ajote) e Associação de Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj), as entidades que ainda utilizam a Cidadela. O complexo chegou a ser usado por diferentes unidades da prefeitura, mas foram realocados, há anos.

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O anúncio da transferência havia sido feito no final de ano passado, em providência por causa da futura concessão do complexo. Havia inclusive plano de abrir, no início de 2025, consulta pública sobre o novo modelo de gestão. Mas o evento não foi realizado e ainda não há data estimada de quando será lançada a concorrência para a concessão. Com isso, a Cidadela, sem uso na maior parte dos espaços já há anos, deverá ficar completamente vazia a partir dos próximos meses. O Parque das Águas, em anexo ao complexo, continuará aberto.

A Ajote terá espaço na Estação de Cargas, na Estação da Memória (antiga estação ferroviária), e a Aaplaj vai utilizar imóvel municipal na rua Salgado Filho, no bairro Saguaçu. A próxima etapa será a realização de laudo estrutural das edificações da Cidadela, em serviço já contratado pela prefeitura. Já o processo de concessão foi iniciado em julho de 2022, com edital para recebimento de estudos de modelagem.

O estudo selecionado foi apresentado por consórcio em 2023 e, desde então, estão em andamento as tratativas sobre as regras para a concessão – cuja efetivação só vai acontecer em futura licitação, ainda a ser lançada. Em 2022, decisão judicial determinou reforma e ocupação da Cidadela em até quatro anos. A sentença, dada em ação do Ministério Público de Santa Catarina, impôs ainda limpeza, isolamento das edificações comprometidas, aprovação de projeto preventivo de incêndio, entre outras medidas – nesses casos, houve cumprimento.

A Cidadela foi comprada pela prefeitura em 2001, três anos depois do encerramento das atividades de cervejaria. O plano era montar complexo cultural, o que nunca ocorreu. Nem a reforma da construção, tombada pelo patrimônio histórico em 2006, foi providenciada. A área na rua Quinze de Novembro foi usada para a fabricação de cerveja desde 1889. A proximidade com fonte de água pura, foi um dos motivos da localização.  

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Na primeira metade do século passado, com a maior parte das atuais edificações já construídas, o local abrigou a Cervejaria Catharinense, a maior de Santa Catarina à época, com produção de 18 mil hectolitros por ano. Entre as marcas fabricadas, estavam Ouro, Pilsen, Catharinense, Clarinha, Sem Rival, Porter e München. A cervejaria foi vendida para o grupo Antarctica em 1948. A produção foi mantida até os anos 90, quando houve a desativação da fábrica.

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