O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, visitou nesta sexta-feira (5) Chapecó, no Oeste do Estado. A vinda a Santa Catarina ocorreu no momento em que o Estado atravessa um colapso no sistema de saúde, com 100% de lotação das UTIs e transferência de pacientes a hospitais do Espírito Santo.

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Pazuello desembarcou no aeroporto de Chapecó por volta das 12h50min. Ele partiu de carro em um comboio para a agenda de visitas nos espaços de saúde. O senador catarinense Jorginho Mello (PL) acompanha o ministro Pazuello e o governador Moisés na visita.

A agenda de Pazuello em SC estava prevista para começar às 10h30min, com visita à Unidade de Pronto Atendimento de Chapecó, mas houve atraso por conta de falta de condições de voo e pela agenda anterior do ministro no Paraná. A unidade passou a contar com leitos de UTI e foi adaptada para receber pacientes com complicações mais graves de Covid-19

A chegada à UPA ocorreu por volta das 13h30min, mas Pazuello permaneceu pouco tempo em frente ao local. Conversou com alguns servidores e logo seguiu para o Centro de Eventos, onde também foram instalados leitos para receber pacientes internados em vagas de enfermaria. No local também estão sendo criadas mais 20 vagas de terapia semi-intensiva.

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A comitiva do Ministério da Saúde visitou a unidade. Por volta das 14h, teve início a reunião entre o ministro, o governador e prefeitos de cidades do Oeste para discutir a situação da Covid-19 na região. Ao final do encontro, Pazuello concedeu uma entrevista coletiva de aproximadamente oito minutos. O general seguiu em Chapecó para um almoço com políticos da região e deixou a cidade por volta de 17h.

O ministro não fez anúncios para a região, mas disse que o país já teria “quase 580 milhões de doses de vacina, entre contratadas e em negociação” e sustentou que o Ministério da Saúde já auxiliou o Oeste com envio de respiradores, monitores e profissionais, citando o exemplo de Xanxerê.

Pazuello não mencionou na coletiva planos para apoiar a abertura de novos leitos no Oeste, um dos desejos informados pelo governo do Estado. No entanto, reafirmou a intenção de vacinar todos os grupos prioritários até o fim do primeiro semestre e prometeu entregas “semanais e crescentes” de vacinas a partir de agora.

Ministro desembarcou no aeroporto de Chapecó e seguiu para visitar espaços de internações de pacientes de Covid-19
Ministro desembarcou no aeroporto de Chapecó e seguiu para visitar espaços de internações de pacientes de Covid-19 (Foto: Allan Borges, NSC TV)
Pazuello visitou Centro de Eventos de Chapecó, onde há pacientes internados, ao lado do governador
Pazuello visitou Centro de Eventos de Chapecó, onde há pacientes internados, ao lado do governador (Foto: Julio Cavalheiro, Secom)
Pazuello participou de reunião com governador e prefeitos da região Oeste
Pazuello participou de reunião com governador e prefeitos da região Oeste (Foto: Julio Cavalheiro, Secom)

Após as visitas, Pazuello almoçou com lideranças do Oeste antes de embarcar para o Rio de Janeiro, onde teria novo compromisso nesta sexta-feira. 

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Durante a semana, o governador chegou a informar que Pazuello visitaria também Xanxerê, mas a agenda divulgada contemplou apenas Chapecó. O Ministério da Saúde não respondeu à reportagem sobre o roteiro completo da visita. Por volta das 16h, a prefeitura de Xanxerê confirmou que a visita que estava prevista do ministro foi oficialmente cancelada.

O ministro utilizou máscara durante a visita, como tem feito nas suas agendas, mas em alguns momentos da visita as autoridades não cumpriram o distanciamento mínimo de dois metros.

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Compra de vacinas por municípios

Ministro falou sobre compra de vacinas e momento atual da pandemia, mas não anunciou novos investimentos
Ministro falou sobre compra de vacinas e momento atual da pandemia, mas não anunciou novos investimentos (Foto: Julio Cavalheiro, Secom)

Na coletiva, Pazzuelo sugeriu que alguns municípios teriam uma “interpretação errada” de que poderiam se vacinar sozinhos. O assunto está em alta depois do movimento de algumas prefeituras de cogitar compra direta de vacinas de outros laboratórios, e por conta de um projeto de lei em discussão no Congresso.

– Com a estrutura do PNI (Plano Nacional de Imunização) e a distribuição logística, a gente vai levando o país junto na vacinação. Nós não podemos ter pontos vacinados e pontos não vacinados. O que acontece? Onde não está vacinado acaba voltando a contaminar com nova cepa, nova variação. Você faz a vacinação comum no país todo, se não não adianta vacinar – sustentou.

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O ministro evocou números de doses compradas e em negociação no país e o envio de respiradores a Xanxerê para destacar a atuação do Ministério da Saúde na pandemia. Também avaliou que o momento atual da Covid-19, com as novas variantes, parece exigir estruturas regionais para receber populações do entorno e que o aumento de leitos seria um processo gradual.

– Não tem mágica, você não faz 1 mil leitos em um dia. Você faz 60, 70, vai subindo, até termos capacidade de atender todo mundo, o mais rápido possível – disse.

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Estado pede ajuda para ampliar leitos no Oeste

Mais cedo, o governador Carlos Moisés (PSL) também visitou o espaço de internações no Centro de Eventos acompanhado pelo secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e pelo prefeito João Rodrigues (PSD).

O ministro da Saúde não antecipou anúncios, mas o Estado solicitou ao governo federal na visita a instalação pelo menos 60 leitos de UTI para um hospital de campanha, em espaço já montado no Centro de Eventos, além de auxílio com envio de profissionais médicos. A intenção é reduzir a fila de espera por vagas de UTI na região.

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Ministro vem em momento de colapso no Estado

A visita foi acertada em visita do governador Carlos Moisés (PSL), que está em Brasília esta semana em busca de soluções para a crise do aumento de casos de Covid-19 em SC. Em Xanxerê, uma das cidades mais afetadas, ao menos oito pacientes já morreram enquanto aguardam por leitos de UTI. Em nota, o hospital afirmou que há pacientes em poltronas e que a cidade vai “perder pessoas e a comunidade precisa estar preparada”. 

Na quinta-feira, SC tinha 280 pacientes na fila de espera por vagas na terapia intensiva – mais da metade deles está no Oeste. O número de casos ativos também está em alta no Estado, que já registrou 694,2 mil casos e 7.709 mortes entre o início da pandemia e esta quinta-feira.

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