A expansão do Programa Entra21 para toda Santa Catarina, oficializada na última semana em um evento em Florianópolis, é um reconhecimento ao pioneirismo de Blumenau na formação de mão de obra para a área de informática – uma história que começa no fim da década de 1960 com a criação do Cetil, a empresa-mãe do polo tecnológico local. Mas é, acima de tudo, também um prêmio à insistência.
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Não fosse a incansável defesa de empresários de que o poder público precisa ajudar a abrir as portas da tecnologia para jovens de baixa renda, a iniciativa teria ficado pelo caminho como tantas outras. O leitor certamente vai puxar exemplos pela memória. Sobram projetos ligados ao desenvolvimento econômico que nasceram no oba-oba, mas que pereceram porque lhes faltaram propósito bem definido e, mais importante, gente que “incomoda” e faz acontecer. Felizmente não foi o caso aqui.
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Capitaneado pelo Blusoft, o Entra21 tem um grande mérito: sobreviveu a mudanças de governos sem abrir mão da própria vocação. O programa foi criado durante o mandato de João Paulo Kleinübing, mas cresceu e se fortaleceu ao longo das gestões de Napoleão Bernardes e Mário Hildebrandt. Tornou-se plano de cidade e não de partido graças ao envolvimento da iniciativa privada, alheia à politicagem e preocupada com o que realmente interessa – disponibilizar gente capacitada para um setor da economia com enorme potencial de crescimento.
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A bem-sucedida experiência blumenauense, que desde 2006 já contribuiu para dar uma perspectiva de carreira a mais de 5 mil pessoas, agora será replicada em 18 municípios-polo por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina, com aulas on-line e à distância (EaD). Com uma estrutura mais robusta e caixa reforçado, o Entra21 estadual quer deixar 6 mil pessoas aptas a trabalhar na área de tecnologia. É praticamente o que Blumenau fez nos últimos 16 anos. Não é pouca coisa.
Aspirantes a programadores e desenvolvedores podem se inscrever no programa até o dia 27 de março pelo site do Entra21. Os candidatos precisam ter mais de 16 anos e ter cursado ou estar cursando o ensino médio. Oportunidades no mercado não faltam. Levantamento feito no ano passado pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) indicou que, entre 2022 e 2023, o setor de tecnologia deve gerar em torno de 12 mil novos empregos no Estado.
O padrinho
Ninguém se dedicou mais ao Entra21 do que Sergio Tomio. Ano após ano, o coordenador do programa precisou gastar saliva e sola do sapato em reuniões com empresas, prefeitura de Blumenau e governo do Estado. Liderou romarias em busca de apoio político e recursos financeiros para que a iniciativa não sucumbisse.
No ano passado, o empresário ainda precisou vencer 25 dias de internação na UTI – 10 deles intubado – por conta da Covid-19. Tomio é a personificação da persistência para que o programa se perpetuasse. O Entra21 estadual também tem suas digitais.
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À prova
A candidatura a deputado estadual de André Espezim (Podemos), secretário de Comunicação de Blumenau, vai testar a influência de Mário Hildebrandt (Podemos) no Vale. Espezim é o nome preferido do prefeito para a Assembleia Legislativa, mas tem o desafio de se fazer viável na urna. Ao externalizar o apoio, Hildebrandt colocará à prova o capital político conquistado à frente do terceiro maior colégio eleitoral do Estado.
Terminal
Pelo tanto de cobranças sobre o atraso na construção do novo terminal da Água Verde que chegam diariamente à prefeitura, o ônibus deveria ser a alternativa número um de deslocamento do blumenauense.
Urna
A Fecomércio-SC convocou para o dia 9 de maio as eleições que definirão a nova diretoria da entidade, com mandato de quatro anos. Chapas podem se registrar para a disputa até o dia 28 deste mês. O empresário Emilio Schramm, presidente do Sindilojas Blumenau, é candidato à presidência.
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